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quinta-feira 13 de outubro de 2022 às 17:03h

Deltan Dallagnol envia propostas de combate à corrupção para campanha de Bolsonaro

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Conforme o O GLOBO, depois de anunciar apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno, o ex-coordenador da força-tarefa da Lava-Jato e deputado federal eleito, Deltan Dallagnol (Podemos), enviou para a campanha do presidente uma lista de propostas de combate à corrupção. As sugestões incluem também medidas sobre uma política nacional de saúde para autistas e o fortalecimento das instituições públicas.

O candidato a vice de Bolsonaro, general Braga Netto, foi quem recebeu as propostas. Ele vem intermediando as conversas com Dallagnol e Sergio Moro, que também manifestou apoio a Bolsonaro sobre a possibilidade de participarem da campanha contra Lula.

As chances de Dallagnol se frustrar são grandes. Um de seus principais aliados, o ex-juiz da Lava-Jato Sergio Moro deixou o cargo de ministro da Justiça depois de ver inviabilizados seus projetos de fortalecimento de combate à corrupção e de denunciar a interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal para proteger seus filhos.

Augusto Aras, procurador-geral da República escolhido pelo presidente fora da lista tríplice de nomes feita pelo Ministério Público Federal, conduziu uma perseguição implacável à Lava-Jato, que culminou na extinção de todas as forças-tarefas e na saída do próprio Deltan da chefia da equipe de Curitiba.

Mesmo diante desse histórico de Bolsonaro, o deputado federal eleito pelo Paraná com o maior número de votos do estado dá sinais de que recuperou a crença no presidente. Não foi sempre assim.

Em uma entrevista concedida ao site “Jota”, em dezembro de 2021, Dallagnol afirmou que Bolsonaro “prometeu muito e cumpriu pouco”, e disse que “a impressão que fica é que o Coaf sofreu uma retaliação por ter identificado operações relacionadas às rachadinhas pelas quais os filhos dele são investigados”. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é o órgão de combate à lavagem de dinheiro responsável por produzir Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs), que apontam transações atípicas.

Dallagnol também chegou a afirmar que “gostaria de um presidente que honrasse a verdade” e “não incentivasse as fake news”.

Nas conversas que tem tido com integrantes da campanha de Bolsonaro sobre o tema, Dallagnol defende que um novo compromisso do presidente com a pauta do combate à corrupção, uma de suas principais bandeiras de campanha em 2018, seria essencial para recuperar a confiança de parte do eleitorado que se desiludiu com o fim da Lava Jato no seu governo. Parte de integrantes do centrão que integram o Executivo, porém, resistem às sugestões e à participação ativa de Dallagnol na campanha.

O ex-procurador da Lava Jato admite que fez críticas no passado ao governo Bolsonaro, mas avalia que seria hora de união para evitar a volta de Lula. O petista é crítico ferrenho da operação e de seus realizadores.

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