Segundo os jornalistas Roseann Kennedy e Iander Porcella, do jornal O Estado de S. Paulo, a governabilidade da gestão Lula 3 em 2025 passa pela boa relação do Planalto com os novos presidentes da Câmara e do Senado. O presidente Lula da Silva (PT) obteve sucesso nas articulações para definição do comando das duas casas e tenta costurar uma reforma ministerial para afagar os aliados. Mas um fator preocupa os governistas, o risco de “uma mudança pendular” de problemas.
O senador Davi Alcolumbre, favorito para assumir o Senado, tem sido classificado por petistas como o “novo Lira”, em referência à difícil e volátil relação que o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teve nos últimos dois anos com o governo. Procurado, Alcolumbre não respondeu.
O cálculo dos governistas é de que haverá uma inversão no clima de hostilidade ao presidente no Congresso: os ânimos esfriarão na Câmara com Hugo Motta (Republicanos-PB) e esquentarão no Senado, com a saída de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o retorno de Alcolumbre. Embora o PT e o próprio governo tenham embarcado nas duas candidaturas, há uma avaliação de que Alcolumbre usará mais o cargo para pressionar o Planalto.
Um sinal desse modus operandi ocorreu no final do ano, quando relator do Orçamento Geral da União de 2025, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), anunciou que a proposta só seria votada após o recesso parlamentar. A decisão de deixar a peça orçamentária “pendurada”, na visão de interlocutores palacianos, teve a digital de Alcolumbre. Lira, por outro lado, de saída do cargo, defendia a votação ainda em 2024, segundo apurou a Coluna do Estadão.
Outro teste para o Planalto serão as sabatinas das indicações de Lula para cargos em agências reguladoras, que também ficaram para 2025.