A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Senado que investiga a veiculação de informações falsas em redes sociais e aplicativos de mensagens – a CPMI das fake news – aprovou nesta semana cerca de 60 requerimentos, quase todos convocando ou convidando pessoas a prestarem depoimento ao colegiado.
Entre os convidados estão a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), até pouco tempo líder do Governo no Congresso, o deputado delegado Waldir (PSL-GO), ex-líder do PSL na Câmara dos Deputados e o ex-secretário de Governo, General Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Já a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e o atual secretário de Comunicação do Governo Federal, Fábio Wajngarten, foram convocados a comparecer à CPMI, o que torna obrigatórias as presenças deles.
A reunião foi a 6ª desde que a CPMI e mais uma vez houve embate entre governo e oposição em torno da forma de aprovação dos requerimentos.
A oposição conseguiu aprovar a vinda de Hasselmann e do delegado Waldir.
O governo conseguiu que a presidente do PT seja obrigada a vir.
O presidente da CPMI, senador Angelo Coronel (PSD-BA), confessa que não esperava tanta beligerância e discussão em torno de requerimentos e convites.
Ele acredita que na 3ª feira, 29, data da próxima sessão, seja encerrada a fase de convite e convocação, para que se dê início aos trabalhos investigativos da CPMI.
“Todo requerimento que der entrada na CPMI com 48 horas de antecedência em relação à sessão será posto em votação. Pode ser filho, irmão de presidente , pode ser amigo, inimigo, não importa. Conduzo a CPMI sem nenhuma matiz partidária, com total independência, com total isenção, porque o cargo requer isso, o de presidente, você ter isenção na condução dos trabalhos”, garantiu Angelo Coronel, comentando a possibilidade de o vereador Carlos Bolsonaro ser convidado ou mesmo convocado a vir à CPMI, já que é ele quem opera as redes sociais do Presidente da República.
“O pau que dá em Xico dará em Francisco, porque não estou aqui para partidarizar”, finalizou Coronel.
A CPMI tem uma relação de mais de 100 pessoas entre convocados e convidados, mas nem todos serão necessariamente ouvidos.
Os depoimentos são decididos pelo presidente, ouvindo os integrantes da comissão.
Para cumprir o prazo final da CPMI, 23 de dezembro, a Comissão passou a se reunir duas vezes na semana, sempre às 3ªs e 4ª as feiras.