O Carnaval de Salvador de 2021 voltou a ser tema amplamente debatido, após circularem notícias de que o prefeito ACM Netovteria tomado a decisão de adiar a festa para o mês de julho. A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), ouvidora-geral da Câmara Municipal, manifestou-se sobre o assunto na sessão ordinária de quarta-feira (19), pedindo que a questão seja discutida com todos os setores envolvidos.
“Eu, como ouvidora-geral desta Casa, tenho recebido vários comunicados de apelo sobre essa decisão unilateral tomada pelo prefeito, ouvindo apenas alguns empresários, amigos e financiadores da festa”, enfatizou Aladilce. “Acho que está na hora do prefeito tratar as questões coletivas de forma coletiva. O carnaval é uma festa que tem impacto em todos os segmentos da cidade, então não pode ser decidido dessa forma”, ressaltou.
Comissão
Aladilce, que é enfermeira e mestra em saúde coletiva, ainda manifestou preocupação em face da Covid-19: “Ressalto que a pandemia ainda não foi superada e se trata de uma doença que ainda não tem vacina ou medicamento eficaz. Aglomeração é crucial para ampliar o número de doentes e mortes”. Adiar o carnaval, segundo ela, é importante“porque não temos critérios para saber se julho é o mês adequado”.
A ouvidora solicitou também a formação de uma comissão ampla para debater o tema, com participação de autoridades sanitárias, como epidemiologistas, infectologistas e outros especialistas.
Soberania
A vereadora também abordou sobre a necessidade da CMS ter protagonismo decisório sobre o carnaval. “Eu conclamo ao presidente Geraldo Júnior (MDB) para que lidere esse debate sobre a festa. Nós temos uma Comissão do Carnaval na Câmara, que possui caráter deliberativo. Sendo assim, a Casa não pode ser excluída dessa decisão, de maneira nenhuma. Afinal, o Legislativo representa a soberania da população”, explanou.
A ouvidora ainda solicitou que o presidente da Câmara, junto à Ouvidoria, entregue um documento com as deliberações da sessão temática que discutiu as medidas para retomada da atividade econômica em Salvador, realizada no fim de julho, demandada pela ouvidora. Entre os pontos deliberados, está a criação de um comitê amplo para escutar a sociedade sobre as medidas de retomada da economia. “Não podemos brincar, o momento ainda é grave”, finaliza Aladilce Souza.