“O exército norte-coreano está realizando exercícios ao norte da ilha sul-coreana de Yeonpyeong, por volta das 16h (4h no horário de Brasília)”, informou a agência Yonhap nesta segunda-feira (8). Nenhum projétil caiu no lado sul-coreano da Linha Limítrofe do Norte (LLN), que marca a fronteira marítima de fato no mar Amarelo, e nenhuma vítima foi relatada, disse a agência.
As autoridades locais das ilhas sul-coreanas no Mar Amarelo recomendaram que a população ficasse em casa. “Ouvimos tiros vindos da Coreia do Norte”, alerta a mensagem de texto enviada aos moradores.
“As tropas na ilha de Yeonpyeong estão respondendo, mas os moradores são aconselhados a ter cautela com atividades ao ar livre”, disseram as autoridades.
A Coreia do Norte disparou centenas de projéteis na área na sexta-feira, perto das ilhas de Yeonpyeong e Baengnyeong, ao sul da fronteira marítima entre os dois países. Este incidente marcou uma das mais graves escaladas militares na península coreana desde 2010, quando Pyongyang bombardeou uma ilha sul-coreana.
As autoridades em Yeonpyeong e Baengnyeong levaram pessoas para abrigos na sexta-feira e suspenderam o serviço de balsas. As tropas sul-coreanas responderam com exercícios de munição real.
Operação para confundir o vizinho do sul
Kim Yo Jong, a irmã poderosa do líder norte-coreano Kim Jong-un, negou neste domingo as acusações da Coreia do Sul de que Pyongyang disparou dezenas de projéteis perto da fronteira no sábado.
“Os nossos militares não dispararam um único projétil na zona marítima”, disse Kim Yo Jong à agência oficial de notícias KCNA, afirmando que se tratava de uma operação com o objetivo de desorientar os sul-coreanos. Kim afirmou que os militares norte-coreanos detonaram explosivos simulando o som de tiros 60 vezes e que observaram “a reação” das forças sul-coreanas.
As relações entre as duas Coreias vivem um momento de tensão não visto há décadas, depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ter inscrito na Constituição a vocação do país como potência nuclear e ter testado vários mísseis balísticos intercontinentais.
Em uma reunião política de final de ano, Kim alertou para um ataque nuclear vindo do sul e apelou ao reforço do arsenal militar face a um conflito que afirmou poder “estourar a qualquer momento”.