segunda-feira 29 de abril de 2024
Foto: Divulgação
Home / NOTÍCIAS / Conselho Político da CNM aponta impacto bilionário da aprovação do Piso da Enfermagem
segunda-feira 26 de abril de 2021 às 17:21h

Conselho Político da CNM aponta impacto bilionário da aprovação do Piso da Enfermagem

NOTÍCIAS


Preocupação dos prefeitos é que não há indicação de fonte de receita para custear a nova obrigação

O Conselho Político da Confederação Nacional de Municípios (CNM) se reuniu nesta segunda-feira (26) para discutir o impacto de uma possível aprovação do Piso Nacional de Profissionais de Enfermagem. Os municípios apontam a dificuldade de custear mais uma obrigação sem fonte orçamentária específica. Dados levantados pela CNM apontam que o piso da classe impactará em R$18,2 bilhões por ano na folha direta dos municípios e pode alcançar R$45 bilhões/ano se considerar os contratados de forma indireta por meio de associações sociais.

Na reunião, representando o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Zé Cocá, o coordenador Jurídico da entidade, Isaac Newton Carneiro, afirmou que, diante da reação dos prefeitos, a UPB se antecipou em produzir uma carta para ser encaminhada aos senadores. Segundo ele, “fixar piso, sem ouvir os gestores municipais é inviabilizar as contas dos municípios”. Isaac Newton destacou a inconstitucionalidade da matéria por criar despesa ao ente federado sem apontar dotação orçamentária. “A UPB está com CNM e as associações de todo Brasil para demonstrar a inviabilidade desta matéria”, afirmou.

O presidente da CNM, Glademir Aroldi, destacou o esforço da UPB e disse que CNM encaminhará um ofício a todos os senadores e ao presidente do Senado, com dados de um levantamento. O documento manifestará a preocupação, uma vez que os municípios não possuem condições mínimas de arcar com mais essa obrigação e cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Os prefeitos também entendem que a tramitação da matéria tem cunho político e é uma ação inapropriada, visto que se trata de um ano pré-eleitoral e a própria Lei Complementar 173 impede aumento de despesa do setor público, ou seja, mesmo aprovada, a proposta não terá efeito imediato.

“Sabemos a importância desses profissionais na saúde da população brasileira, é inegável, mas esse projeto que tramita no Congresso tem um impacto no orçamento dos municípios. O projeto não aponta fonte de receita. Nós não temos mais espaço [no orçamento] e a maioria dos municípios brasileiros já está no limite ou muito próximo do limite de gasto com pessoal, como prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal”, reforçou Aroldi.

Pauta Municipalista

Outras demandas municipalistas também entraram na pauta da reunião. A CNM informou às associações que está reunindo assinaturas dos senadores para a apresentação da PEC que desobriga os municípios a aplicarem 25% da receita na educação, durante a pandemia. Aroldi disse que faltam 12 assinaturas e pediu apoio dos líderes municipalistas para buscar o apoio dos senadores de suas bancadas.

A questão previdenciária foi outro assunto abordado. A CNM informou que já está tratando com a equipe econômica do governo a proposta de alongar em 240 meses o parcelamento da dívida previdenciária dos municípios. Os presidentes de associações também pediram o apoio da Confederação para dialogar com o Ministério da Saúde sobre a falta da segunda dose da vacina do coronavírus e de kits de intubação nos municípios.

Ao final da reunião, o presidente Aroldi também informou aos lideres municipalistas do processo de transição da gestão da CNM. “A Confederação vai continuar cada vez mais forte e atuando firme. Não tenho dúvida que pelos colegas que estarão na nova diretoria e pelo conhecimento extraordinário do nosso futuro presidente, Paulo Ziulkoski, nós teremos grandes conquistas pela frente”.

Veja também

Terreno doado pela prefeitura de Santo Amaro não poderá ser ocupado por empresa, informa MP-BA

A Justiça determinou a suspensão da ocupação de um terreno público que foi doado pela …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!
Pular para a barra de ferramentas