Ao longo dos anos, se tornou natural a adoção de tecnologias dentro das propriedades rurais com o propósito de melhorar os processos e aumentar a produtividade. A utilização de computadores e sensores de monitoramento fez surgir segundo a Jovem Pan, o termo agro 4.0, que simboliza a conectividade entre os diversos dispositivos utilizados na gestão da fazenda. Esse movimento desencadeou inúmeras inovações no setor e prometeu transformar a maneira de produzir alimentos no Brasil e no mundo.
O assunto foi debatido por especialistas no sábado (1º) no Painel Hora H do Agro. Para embarcar no tema, primeiro é necessário entender o conceito de inovação, que vai além da utilização de tecnologia: “É tudo aquilo que nós podemos incorporar no dia a dia, podemos incorporar na nossa propriedade e que traz resultados melhores”, explica o especialista em tecnologia e inovação Arthur Igreja.
Na prática, essa dinâmica se dá pela busca de velocidade. Com a necessidade de construir uma forma mais veloz para o desenvolvimento de inovações, houve um estímulo ao surgimento de startups no agro (empresas com base tecnológica que criam ou aprimoram modelos de negócio). Esse molde atraiu o interesse de companhias do setor para um processo de cocriação, resultando em uma maior distribuição tecnológica. “A gente vê uma inovação mais distribuída, mais democrática, onde o produtor também pode passar a fazer parte desse processo criativo”, destaca José Augusto Tome, CEO AgTech Garage, um dos principais hubs de inovação do agronegócio no mundo.
Mas a transformação tecnológica não acontece da noite para o dia, é uma “jornada”, principalmente no campo, como lembrado pelo diretor executivo do AgriHub, Otavio Celidonio. De acordo com ele, “a gente precisa entender que a inovação não vai vir como uma mágica em um ponto da nossa curva e simplesmente mudar tudo o que a gente faz”. Por isso, é necessário que todos que trabalhem em prol do setor, fiquem “todo dia, o tempo todo, buscando algo em que podemos melhorar para que, de fato, a gente consiga estar à frente e competitivo”. Os especialistas também debateram a influência das big techs no setor e o futuro da tecnologia no campo.