Ex-ministro do governo de Luiz Inácio da Silva (PT), Geddel Vieira Lima (MDB) foi às redes sociais nesta sexta-feira (26), dia seguinte à entrevista do petista no Jornal Nacional para endossar seu apoio ao ex-presidente. Condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, após malas de dinheiro com R$ 51 milhões em espécie serem encontradas em um apartamento em Salvador, o emedebista disse que está “fora da política eleitoral”, mas que Lula é “o cara”, e respeita a sua “simplicidade” e “sensibilidade”.
Geddel está em liberdade condicional de acordo com Luísa Marzullo, do O Globo, desde fevereiro deste ano. Em 2019, ele foi condenado por lavagem de dinheiro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Após descrever cenas do passado em que viu o ex-presidente “nos braços do povo”, o ex-ministro disse que as pessoas podem não considerar o que ele diz, mas que o depoimento é a verdade do que viveu.
Recentemente, em evento na Bahia, Geddel já havia defendido Lula. Na ocasião, ele citou o “calvário” pelo qual está passando e disse que ninguém tem autoridade moral para apontar o dedo a ele. O emedebista criticou o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), e citou o ex-jogador e ex-treinador da seleção brasileira Zagallo e disse que seus adversários vão ter de engoli-lo.
A PF encontrou R$ 51 milhões em dinheiro vivo em apartamento ligado a Geddel, em Salvador. — Foto: Arquivo
Em setembro de 2017, Geddel foi preso após uma apreensão de R$ 51 milhões de reais encontrados pela Polícia Federal (PF) em seu apartamento. À época, ele era investigado por um esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal.
Em 2019, ele e o irmão, Lúcio Vieira Lima, foram condenados por lavagem de dinheiro e associação criminosa pelo STF, decisão que os tornam inelegíveis. Após cumprir parte da pena de 13 anos e quatro meses de prisão, Geddel obteve progressões de regime até ser solto no início do ano, por decisão do ministro Edson Fachin. Atualmente está em liberdade condicional.
Leia o post de Geddel Vieira na íntegra:
“Um depoimento: Eu estou fora da política eleitoral. Minha prioridade é reorganizar minha vida, reconstruí-la, mas quero registrar: conheço o Lula, trabalhei com o Lula. O cara é de uma simplicidade comovente. O Lula tem sensibilidade, gosta de tocar na pele, gosta de abraço. Vi o Lula várias vezes nos braços do povo e ele gostava daquilo,não era jogo de cena.
O Lula tem alma e eu vi várias vezes ele verdadeiramente tocado diante da miséria que via nas viagens aos lugares mais pobres desse país. O Lula é carinhoso e o Brasil tá precisando de carinho. Vi assim,quando lá estive. As pessoas podem não considerar o que digo, mas senti vontade de dizer. É a verdade que vivi. Sextou”