As frágeis comunicações entre a Venezuela e os Estados Unidos, cujas relações diplomáticas estão rompidas desde 2019, “foram cortadas”, após uma frustrada “invasão” marítima ao país petroleiro que deixou dois americanos detidos, disse nesta última quinta-feira (7) o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Os “meios de comunicação (…) foram cortados. Não respondem o WhatsApp, não respondem o telefone. Estão mudos”, assegurou o presidente socialista em entrevista ao canal de notícias Telesur.
“Usamos três vias diferentes que temos com três funcionários diferentes do governo de Donald Trump, e enviamos mensagens e ‘mute’, aplicaram o ‘mute'”, acrescentou, em alusão à função ‘mudo’ para silenciar mensagens.
Segundo Maduro, o “silêncio total” de Washington ocorre depois de uma “invasão” desarticulada em 3 e 4 de maio no norte da Venezuela, pela qual o presidente venezuelano culpa Trump, a quem qualifica de “chefe direto da operação”.
Entre os 23 “mercenários” detidos, segundo o governo chavista, há dois militares americanos da reserva: Luke Alexander Denman, de 34 anos, e Airan Berry, de 41.
A justiça venezuelana irá julgá-los, reiterou Maduro na entrevista, depois que Washington advertiu que usará todas as opções para repatriá-los.
Maduro rompeu relações diplomáticas com Washington em 23 de janeiro de 2019, depois que Trump reconheceu o líder parlamentar opositor Juan Guaidó, juntamente com meia centena de países, como presidente encarregado da Venezuela.
Em março daquele ano, os Estados Unidos suspenderam as operações em sua embaixada em Caracas e retiraram todo o seu pessoal, e em agosto abriu uma missão diplomática para a Venezuela em Bogotá, Colômbia.
Estados Unidos e Venezuela mantêm relações tensas desde a chegada ao poder, em 1999, do falecido presidente socialista Hugo Chávez, que governou até sua morte, em 2013.