A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado vai realizar, na próxima terça-feira (23), as sabatinas das indicadas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva paras as embaixadas de Venezuela e Guiana. O processo ocorrerá em meio a escalada na tensão entre os dois países. Após um controverso plebiscito, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, apresentou um “novo mapa” do país considerando a região de Essequibo, que é disputada com a Guiana, como parte do território da Venezuela.
Segundo Caetano Tonet e Julia Lindner, do jornal Valor, as sabatinas de Glivânia Maria de Oliveira, que representará o Brasil em Caracas, e Maria Cristina de Castro Martins, que ficará em Georgetown, capital da Guiana, coincidiram por acaso.
Quando o Brasil indica um embaixador, o país para onde o diplomata irá precisa enviar uma resposta positiva, conhecido no jargão diplomático como “agrément”. No caso da Guiana, por questões burocráticas, a resposta demorou a chegar e, consequentemente, adiou a sabatina. Apesar disso, o Brasil só ficou sem representante no país na última semana, quando Maria Clara Carisio assumiu o posto de Sarajevo, na Bósnia.
O contrário aconteceu na Venezuela, quando o retorno levou apenas dois dias. Após reabrir a embaixada em Caracas em janeiro, fechada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o embaixador Flávio Macieira foi enviado ao país como encarregado de negócios para cuidar da reestruturação da representação brasileira no país.
Glivânia Maria de Oliveira foi indicada para o posto na Venezuela no dia 23 de novembro e a previsão era que a sabatina ocorresse antes do polêmico plebiscito. O motivo do adiamento foi o baixo quórum de senadores em função da ida de parlamentares à COP 28, em Dubai, Emirados Árabes. Pela regra do Senado, votações de indicados a Embaixadas não podem ser realizadas de maneira remota.