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quarta-feira 21 de agosto de 2019 às 09:27h

Comissão de Agricultura da AL-BA discute potencial e demandas da sojicultura do oeste

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Através de uma audiência pública realizada na manhã de terça-feira (20), a Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa abriu espaço para que produtores rurais do Oeste do Estado pudessem apresentar os resultados da sojicultura baiana, bem como o potencial e as demandas do setor.

Presidente do colegiado e proponente do encontro, a deputada Jusmari Oliveira (PSD) destacou a relevância econômica da cultura da soja na Bahia, e a necessidade de um maior apoio da administração pública para o desenvolvimento agrícola.

“A soja é uma mola propulsora da economia. Ela, embora seja produzida principalmente no Oeste, impacta positivamente toda a Bahia. Por isso, estamos realizando esta audiência pública: para refletir sobre a importância da sojicultura baiana, que faz uma grande diferença no nosso Estado. Este é um setor que, no final da década de 70, seguindo a orientação da Embrapa de que o solo do cerrado brasileiro poderia produzir grãos, como arroz e soja, começou efetivamente a produção na base do ensaio e erro, hoje proporciona desenvolvimento à Bahia e caminha com os esforços dos próprios produtores”, disse.

Somente no Oeste, 11 municípios são produtores de soja. De acordo com os números apresentados na audiência, em 2018 a região bateu o recorde nacional de produção de soja, com a marca de 66 sacas por hectares, em uma área de plantio de 1.6 milhão hectare. Somado a outras cadeias produtivas, este número sobe para 2, 45 milhões hectares cultivados no Oeste, com a possibilidade de aumentar.

Para o deputado Paulo Câmara (PSDB), os resultados obtidos pelo setor, e os benefícios proporcionados ao Estado através da atividade agrícola, são motivos para uma atenção maior da administração pública. Segundo o tucano, os números apresentados no Parlamento não podem ser discutidos discretamente entre os integrantes da sojicultura. “Vocês estão comunicando para dentro, precisam comunicar para fora. Os números mostram que é justo vocês lutarem pelo desenvolvimento. É preciso aumentar o orçamento. Se o orçamento destinado a este tipo de cultivo é de R$ 45 milhões, precisamos, através de emendas, ampliar”, ressaltou.

De acordo com o secretário estadual de Agricultura, Lucas Costa, o potencial hídrico do Oeste é uma vantagem para o cultivo de soja. “A Bahia é agro. A agricultura é o setor mais importante para a economia do Brasil. Em relação à Bahia, a sojicultura representa 25% do PIB, com o Oeste podendo crescer ainda mais”, afirmou.

Conforme disse o prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Oziel Oliveira (PDT), a cadeia produtiva da soja é um vetor de progresso para milhares de famílias. “Traz impactos positivos na indústria, serviços, e no campo, resultando na geração de empregos dignos. O setor de transportes também é beneficiado. Para nós, a soja não é apenas um produto para exportação, é um instrumento de desenvolvimento para as pessoas que moram nos municípios produtores”, afirmou.

O deputado Sandro Régis (DEM), vice-presidente da Comissão de Agricultura, disse estar encantado com os números da sojicultura. No entanto, foi enfático ao afirmar que ainda precisa conhecer melhor o setor. Durante discurso na audiência pública, o parlamentar sugeriu uma visita técnica dos deputados nas fazendas produtoras de soja do Oeste para conhecer os processos de produção e as tecnologias utilizadas para que haja sustentabilidade.

“Penso que conhecer in loco será muito importante. Como foi dito aqui, o Oeste da Bahia é um case de sucesso, que importa muito para a economia. Conhecendo melhor como funciona a produção da soja, vamos poder contribuir mais com o setor”, disse.

A audiência pública serviu também para discutir temas como a necessidade da utilização responsável dos defensores agrícolas para a produção, como forma de evitar a infestação por pragas.

Segundo o presidente da Aprosoja, Alan Juliane, a soja baiana está entre as mais sustentáveis do mundo. Descendente em uma família de produtores rurais, o gestor destacou os cuidados do setor com as questões ambientais. “A soja traz resultados excelentes, mas sem abrir mão da sustentabilidade. Mais de 30% do nosso patrimônio é reserva para preservação ambiental. A cultura da soja é desbravadora e tem recebido fortes ataques da mídia, por isso é preciso explicar que estamos trabalhando com muita responsabilidade. Somos contra o desmatamento ilegal”, enfatizou.

Problemas na tributação, limitação de energia, burocracia ambiental e trabalhista, e segurança pública em relação a divisa com outros estados, também foram elencados no encontro. A logística foi alvo de críticas por parte dos produtores rurais. Eles destacaram a necessidade de aumentar a exportação, porém afirmaram ter dificuldade para o escoar a produção. “Nós temos que vender para fora, pois é onde estão nossos principais compradores. Vendemos comida para o mundo, e isso gera dinheiro para o Estado. Tem sido difícil escoar a produção pelas poucas alternativas. O Porto de Aratu, por exemplo, está adormecido. Ele é fundamental como ponto de exportação, mas não consegue dar conta da produção”, explicou o diretor do Sindicato Rural de Barreiras, Moisés Schmidt.

Além dos citados, participaram do evento os deputados Eduardo Salles (PP), Tiago Correia (PSDB), Euclides Fernandes (PDT), Jacó Lula da Silva (PT), Niltinho (PP), Antonio Henrique Jr. (PP), Alex Lima (PSB), Osni Cardoso Lula da Silva (PT), Zé Cocá (PP) e Jurandy Oliveira (PP).

Entre os visitantes, estiveram o diretor-geral da Adab, Maurício Bacelar; o gerente da Conab, Marcelo Ribeiro; o presidente do Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães, Cícero Teixeira; o representante da Superintendência do Ministério da Agricultura, Paulo Roberto Reis; representante da Federação de Indústria e Comércio (Fieb), Wilson Andrade; o presidente da Câmara de Vereadores de São Desidério, João Neris; e o vereador de Barreiras, Otoniel.

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