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terça-feira 26 de outubro de 2021 às 15:53h

Com protesto na porta, Queiroga dá palestra sem público em faculdade de Lisboa

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Para evitar constrangimentos, a Faculdade de Medicina Universidade de Lisboa proibiu a presença de público e da imprensa na aula magna proferida na manhã desta terça-feira (26) segundo o Estadão, pelo ministro da saúde do Brasil, Marcelo Queiroga. O evento, que inicialmente seria aberto, pôde ser acompanhado apenas pelo canal do Youtube da instituição. A mudança se deu poucas horas antes do início e, oficialmente, não houve explicações.

Mesmo sem poder entrar no auditório, um grupo de cerca de 50 manifestantes, sobretudo imigrantes brasileiros, levou para a porta da faculdade cartazes de protesto. “A gente se sente angustiado com o que acontece hoje no Brasil. É nosso papel aqui em Lisboa, mesmo distante, fazer uma contra-narrativa do que aconteceu nesta pandemia, porque a gente sabe que não houve gestão da pandemia”, afirmou Lucas Augusto da Silva, membro de um coletivo de esquerda que organizou o protesto.

Desde cedo a polícia marcou presença no local, mas não houve incidentes.

Ao apresentar o ministro, Fausto Pinto, diretor da faculdade de Medicina, disse que Queiroga foi chamado para “reforçar os laços de cooperação” entre Portugal e Brasil. “A Universidade é um espaço aberto, de livre pensamento”, afirmou. Depois de 45 minutos da palestra de Queiroga sobre o enfrentamento da covid-19 pelo Brasil, ninguém fez perguntas. Segundo nota da faculdade, foi o próprio ministro que escolheu o tema.

Durante sua fala, Queiroga elogiou o SUS e o programa nacional de vacinação. “Todas as vacinas foram adquiridas pelo governo brasileiro”, ressaltou. Para ele, esse fato “vale mais do que mil palavras”. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), frequentemente fala contra as vacinas, tendo inclusive relacionado a vacinação à aids.

Na palestra, Queiroga garantiu que o governo federal fez o máximo para “minorar os impactos da pandemia” e citou as condições precárias da saúde do País de antes da crise. “No interior do Amazonas não havia sequer um leito de UTI. Que desfecho a gente poderia esperar?”, questionou.

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