O ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) se mantém na liderança das intenções de voto para a Prefeitura do Rio de Janeiro duas semanas após o início da propaganda eleitoral na TV e no rádio, aponta pesquisa Datafolha. Enquanto isso, a disputa pela outra vaga em um eventual segundo turno se acirrou.
Paes tem 28% da preferência dos eleitores da cidade que governou de 2009 a 2016, tendo oscilado dentro da margem de erro em relação à última pesquisa, quando registrou 30%.
Segundo o Estadão, a disputa pelo segundo lugar nas intenções de voto dá sinais de maior acirramento, embora os três nesta posição também tenham oscilado dentro da margem de erro, de três pontos percentuais.
O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que tenta a reeleição, aparece numericamente empatado com a deputada estadual Martha Rocha (PDT), ambos com 13% das intenções de voto.
Crivella, que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seus filhos, oscilou negativamente um ponto percentual comparado ao último levantamento, enquanto a pedetista variou positivamente no limite da margem de erro -tinha registrado 10%.
Em empate técnico com os dois está a deputada federal Benedita da Silva (PT), com 10% -ela aparecia com 8% há duas semanas.
O Datafolha ouviu 1.008 eleitores nos dias 20 e 21 de outubro.
A pesquisa, encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo e pela TV Globo, tem margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Num terceiro grupo estão Renata Souza (PSOL), com 5%, Luiz Lima (PSL), com 4%, e Bandeira de Mello (Rede), com 3%.
Aparecem com 1% das intenções de voto Cyro Garcia (PSTU), Clarissa Garotinho (PROS), Fred Luz (Novo), e Glória Heloíza (PSC). Não pontuaram os candidatos Paulo Messina (MDB), Suêd Haidar (PMB) e Henrique Simonard (PCO).
O número de pessoas que declararam pretender votar em branco ou nulo caiu de 22% para 17% dos entrevistados. Os indecisos somam 3%.
Crivella segue sendo o candidato mais rejeitado. A maioria dos entrevistados (58%) afirma que não votaria no prefeito de jeito nenhum –percentual semelhante aos 59% registrados há duas semanas.
Em seguida, estão entre os mais rejeitados Paes, Clarissa Garotinho (ambos com 31%) –também em patamares semelhantes em relação à última pesquisa– e Benedita (27%), cuja rejeição subiu sete pontos percentuais em duas semanas. Os demais apresentaram 15 pontos percentuais de rejeição ou menos.
Na pesquisa espontânea, aquela em que o entrevistado manifesta sua intenção de voto sem que os nomes dos candidatos sejam apresentados, 20% disseram que pretendem votar em Paes –há duas semanas eram 18%–, 8%, em Crivella –contra 7% no levantamento anterior–, e 7% em Martha Rocha.
A pedetista foi a única a subir além da margem de erro no levantamento espontâneo, com mais quatro pontos percentuais. Os demais candidatos aparecem com 3 pontos percentuais ou menos.
Pouco mais de um terço dos eleitores (34%) não manifestou espontaneamente sua intenção de voto.
Os cenários de segundo turno simulados pelo Datafolha mostram que Paes venceria Crivella e Benedita, mas está empatado tecnicamente com Martha Rocha.
Na disputa entre Paes e Crivella, o ex-prefeito tem 52% das intenções de voto contra 22% do atual mandatário.
Já contra Martha Rocha, o candidato do DEM aparece com 41%, contra 45% da pedetista. Num cenário em que enfrenta Benedita, Paes tem a preferência de 48% do eleitorado, contra 30% da petista.
Crivella chegou a ter a candidatura ameaçada em razão da condenação que sofreu no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de Janeiro por conduta vedada a agentes públicos na campanha de 2018.
A Justiça entendeu que ele convocou funcionários da Comlurb (empresa pública de limpeza urbana) para um ato de pré-campanha de seu filho Marcelo Hodge Crivella, candidato a deputado federal -ele não foi eleito.
A Lei da Ficha Limpa impede a candidatura de pessoas condenadas por órgãos colegiados por conduta vedada. Crivella, porém, conseguiu uma liminar (decisão provisória) para suspender os efeitos da condenação na análise do seu registro de candidatura.
O prefeito do Rio já escapou de cinco pedidos de impeachment na Câmara Municipal. A última votação ocorreu no dia 17 de setembro e terminou com o placar de 24 a 20 pela rejeição do processo.
O início da campanha eleitoral na capital fluminense foi marcado por duas operações policiais contra os dois principais candidatos.
Paes foi alvo de busca e apreensão em razão de uma acusação por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral pela prática de caixa dois na eleição de 2012 com dinheiro da Odebrecht.
Crivella, por sua vez, é investigado sob suspeita de participação num esquema de cobrança de propina dentro da prefeitura.
A pesquisa está registrada no TRE-RJ com o número RJ-08627/2020.