Ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro, Sergio Moro trocou de partido no penúltimo dia da janela partidária, saindo do Podemos rumo ao União Brasil, que diz ter convidado o ex-juiz para ser candidato à Câmara dos Deputados ou ao Senado.
“Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial”, afirmou Moro ao divulgar a troca. Nas pesquisas eleitorais, seu nome aparecia muito atrás dos opositores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde então, as atenções se viraram para a disputa em São Paulo para a Câmara dos Deputados, com a perspectiva de contar com mais um nome de peso. Veja quem deve concorrer:
Moro (União Brasil)
Sérgio Moro, 49 anos, anunciou que abandonou a ideia de concorrer à Presidência da República. Natural de Maringá, no Paraná, ele foi responsável por julgar em primeira instância os crimes identificados pela força-tarefa da Operação Lava Jato. Era juiz de primeira instância da 13ª Vara Federal em Curitiba.
Após quase duas décadas, logo após as eleições de 2018, foi para o governo com o discurso de combater a corrupção e o crime organizado e encabeçou o “pacote anticrimes” que foi aprovado pelo Congresso em dezembro de 2019.
Em 2020, se demitiu do governo Bolsonaro, a quem acusou de interferir politicamente na Polícia Federal ao exonerar o então diretor-geral, Maurício Valeixo.
Boulos (PSOL)
Filho de pais médicos infectologistas, Guilherme Castro Boulos, 39 anos, é bacharel em filosofia e mestre em psiquiatria. Ingressou no movimento estudantil aos 15 anos, foi militante da União Juventude Comunista (UJC) e, a partir do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), conheceu o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). É a principal liderança do movimento desde 1997.
Boulos, que já morou em ocupações do movimento social, ficou conhecido em 2003 quando ocupou o terreno da montadora Volkswagen em São Bernardo do Campo. No ano de 2013, liderou grupos que protestavam contra os gastos na Copa do Mundo.
Em 2018, foi o político mais jovem na disputa pela presidência da República. Sua vice, na ocasião, era a professora Sônia Guajajara, do PSOL. Naquele ano, recebeu o título de professor honorário da Universidade Nacional de Lanus, na Argentina.
Após deixar a disputa ao governo de São Paulo, disse que, no Estado, tem um desafio, o de “derrotar Eduardo Bolsonaro”, filho do presidCom Moro, Boulos e Eduardo Bolsonaro, SP terá ‘supereleição’ à Câmara dos Deputadosente.
Jean Wyllys (PT)
Jean Wyllys, 48 anos, nasceu no interior da Bahia e ficou conhecido por sua participação no BBB. Formado em jornalismo e professor universitário, é um dos nomes que lutará por uma vaga na Câmara dos Deputados em São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Eleito com 24.295 votos na última eleição, Wyllys já foi considerado como o melhor deputado federal do Brasil pelo Prêmio Congresso em Foco, mas renunciou ao cargo em janeiro de 2019 após se sentir ameaçado. Na época, Carlos Bolsonaro, escreveu: “Vá com Deus e seja feliz”.
Por ser abertamente gay e conhecido pela luta pela diversidade, enfrentou a ira do grupo de conservadores.
Em 2014, acabou com a sétima maior votação pela capital carioca, com quase 145 mil votos válidos.
Eduardo Bolsonaro (PL)
O filho “03” do presidente Jair Bolsonaro, como ele mesmo o chama, se tornou o deputado federal mais votado da história do país em 2018. Eduardo Bolsonaro (PL), 37 anos, conquistou 1,8 milhão de votos, concorrendo por São Paulo.
Formado em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2008, e escrivão da Polícia Federal entre 2010 a 2015, é conhecido também pela influência que exerce na política externa do governo do pai —é presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
Conservador, defende o armamento e costuma frequentar agendas em clubes de tiro, discursa pela escola sem partido, faz oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e é contra a política de cotas.
Já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por ameaças à jornalista Patrícia Lélis. Em vídeo que viralizou nas redes sociais, em 2019, enfatizou que “um cabo e um soldado” bastariam, caso alguém “quisesse fechar o STF”. Mais tarde, diante da repercussão negativa, desculpou-se.