O PT promove entre nesta quinta (13) e sexta-feira (14) um seminário de comunicação a seus filiados. A ideia é que parlamentares, militantes e ministros do governo Lula aperfeiçoem a presença nas redes sociais, território dominado por bolsonaristas, e consigam disseminar com clareza e persuasão as mensagens do governo e do partido. O “curso” acontece no momento em que o Executivo é bombardeado na internet pelo cerco promovido às compras online no exterior. As críticas, inclusive de blogueiros aliados, assustaram o núcleo duro do governo, e até a primeira-dama Janja da Silva resolveu ir a público defender a medida.
O seminário desta semana foi batizado de “Disputar o presente, preparar o futuro”. Uma das formações aos petistas será ministrada por Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha vitoriosa de Lula no ano passado, que mantém interlocução com o núcleo duro do governo. Ele pretende comentar a mudança de cenário na comunicação global desde a fundação do partido, quando a ideia de uma classe trabalhadora unificada era mais forte. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, falará sobre o tema “reposicionamento do PT e a importância da comunicação do partido no novo governo Lula”.
O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo, Paulo Pimenta, vai participar da abertura do evento, assim como o secretário de comunicação do partido, Jilmar Tatto. Estão confirmadas ainda as presenças dos líderes do PT na Câmara, Zeca Dirceu, e no Senado, Fabiano Contarato. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão em viagem oficial à China e, assim, não poderão comparecer.
A comunicação sempre foi um “calcanhar de Aquiles” para o PT, que alega ter perdido as eleições presidenciais de 2018 para Jair Bolsonaro muito em razão das fake news disseminadas na internet. À época, tomou as redes sociais uma notícia falsa de que o então candidato à Presidência Fernando Haddad, se eleito, distribuiria nas escolas uma mamadeira em formato de pênis.
A mais recente crise de comunicação dos petistas ganhou corpo nesta semana, após a Receita Federal confirmar que vai acabar com a isenção de imposto em compras internacionais entre pessoas físicas até US$ 50. A ideia visa combater a sonegação por parte de e-commerces estrangeiros, com destaque para os asiáticos Shein, Shopee e Aliexpress, que acabam por enviar a remessa como se fossem pessoas físicas e não empresas, estratégia para driblar o Fisco. A medida gerou revolta na internet.