O ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Melo (PTC) anunciou no último domingo (5) que vai disputar o governo de Alagoas.
Collor rompeu com o governador Renan Filho (MDB) e vai liderar uma frente de partidos de oposição que inclui PSDB, PSB, PP e DEM.
O rompimento se deu após Collor não ter atendido o seu pleito de indicar o candidato a vice-governador na chapa de Renan Filho. A movimentação visava a própria sobrevivência política —caso reeleito, Renan Filho deve disputar o Senado contra Collor em 2022.
A definição pelo nome de Collor esquentou a disputa pelo governo de Alagoas, já que o ex-presidente é considerado um nome competitivo e popular no estado. Em 2014, quando disputou o Senado, Collor teve mais votos do que o governador Renan Filho, seu aliado naquela disputa.
Em sua convenção, Renan Filho disse que a entrada de Collor na disputa não o assusta. Por outro lado, desferiu críticas duras ao agora adversário.
“[A candidatura de Collor] É um projeto pessoal que transforma dinheiro público, recebido em salários ou recebido de outras formas, de maneira escusa, em carrões e em patrimônio privado”, afirmou, numa referência às acusações que Collor enfrenta no âmbito da operação Lava Jato.
Assim como fez em 2010, última vez que disputou o governo de Alagoas, Collor postergou a sua definição até o último dia da data das convenções e surpreendeu aliados.
O apoio a Collor não foi um consenso no grupo das oposições. Uma ala do PSDB, liderada pelo pré-candidato ao Senado Rodrigo Cunha (PSDB) , defendia candidatura ao governo do vereador em Maceió Eduardo Canuto.
Contudo, prevaleceu a decisão da cúpula do PSDB de apoio a Collor, com a indicação de Kelmann Vieira, presidente da Câmara Municipal de Maceió, como candidato a vice.
Além de Cunha, disputará o Senado na chapa de Collor o senador Benedito de Lira (PP).