A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou nesta última quarta-feira (18) por meio de nota, ter recebido “com total indignação” a decisão de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa de juros Selic em 0,25 ponto porcentual, para 10,75% ao ano. Na avaliação da entidade, o nível da Selic antes da reunião desta quarta-feira “era mais do que suficiente para manter a inflação sob controle” e a decisão vai prejudicar a criação de emprego e renda para a população.
“É emblemático que no mesmo dia em que os Estados Unidos decidem baixar a taxa básica após meses, o Brasil resolva o contrário, elevar a Selic. Torna a nossa diferença de juros reais ainda mais grave e cria condições desfavoráveis ao investimento no país. Até que ponto a especulação do mercado futuro de juros influencia as narrativas da expectativa de inflação futura?”, questiona o presidente da CNI, Ricardo Alban.
A CNI destaca que a elevação da Selic mantém o Brasil em 3º lugar entre as maiores taxas de juros do mundo, atrás apenas da Turquia e Rússia. “Juntamente com o nosso problema de elevado spread bancário – também o 3º maior do mundo -, esse fator empurra o País para fora da disputa mundial pela produção”, diz a nota.
A entidade pontua ainda que a alta na taxa de juros “joga contra” a recuperação da indústria de transformação e do investimento. “Por tudo isso, fica claro que subir a Selic foi uma decisão totalmente equivocada do BCB. Nesse contexto, é fundamental que o BCB retome os cortes na taxa de juros o quanto antes. Apenas com um ambiente de menor custo de financiamento é que as empresas conseguirão viabilizar projetos de investimento que são essenciais para o aumento da produtividade e da capacidade produtiva, com ganhos para o crescimento da economia”, conclui Alban.