A audiência pública intitulada “Campanhas de vacinação, aumento da adesão e novas tecnologias” foi realizada no auditório do Centro de Cultura da Câmara de Salvador, durante a manhã desta última quinta-feira (10). O evento, presidido pelo presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Maurício Trindade (DEM), teve como objetivo principal a discussão sobre a importância da imunização e os impactos na saúde pública com o atual momento de baixa adesão e de notícias falsas sobre supostos males provocados pelas vacinas.
De acordo com o vereador, a vacinação de crianças em escolas e creches do município é a solução para elevar o índice de pessoas imunizadas. “Sabemos que muitos pais estão trabalhando e nem sempre podem levar os filhos para serem vacinados, mas as crianças são levadas para a escola e lá elas já podem receber a vacina”, disse.
Maurício Trindade explicou que cerca de 90% das crianças estão matriculadas nas escolas municipais e calculou que a maneira de ampliar a cobertura vacinal da Secretaria Municipal de Saúde seria, inicialmente, na rede, com apoio da Secretaria de Educação. “Uma cobertura que, hoje, gira em torno de 50% e 60% pode subir para 99% se todas as crianças forem vacinadas. Isso tornará Salvador a primeira capital com maior cobertura vacinal do Brasil”, destacou.
A ideia parte da Comissão de Saúde da Câmara em integração com a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria Municipal de Saúde.
Imunização
“Além das fake news que estão sendo espalhadas sobre a vacinação, existem as pessoas que não veem mais a doença, a exemplo da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, não vê a criança com a sequela, acha que não existe mais e que não precisa vacinar. Por isso queremos vacinar nossas crianças nas escolas”, frisou Maurício.
A coordenadora de inclusão e transversalidade, da Secretaria Municipal de Educação do Salvador (SMED), Jaqueline Araújo falou sobre as ações estratégicas para o aumento de cobertura vacinal nas escolas públicas municipais. “Não focamos apenas no conhecimento da importância vacinal do aluno dentro das escolas, queremos levar isso para as famílias”, contou.
Ela também falou sobre a atual campanha no combate ao sarampo e alertou sobre as sequelas “desastrosas” que a doença pode causar como surdez e paralisia cerebral. “Os impactos que essas sequelas podem trazer à saúde, educação e vida das famílias são imensuráveis. Então, dialogamos com a escola e com a família nessa perspectiva”, explicou.
A subcoordenadora de controle de doenças imunoprevisíveis da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Doiane Lemos Souza discorreu sobre as inovações, estratégias e desafios para favorecer o acesso à vacinação. Ela falou sobre a falsa percepção de segurança da população em relação a doenças que já foram erradicadas, o que leva a um “movimento antivacinal”.
“A vacinação de uma pessoa imuniza as demais”, frisou. Doiane Lemos destacou a importância da “imunização de rebanho”. Como exemplo, citou que uma pessoa idosa pode não se vacinar por alguma prescrição médica, mas se quem convive com ela tomar a vacina, imuniza também quem não se vacinou.
Além dos já citados, participaram da audiência pública o pesquisador titular do Instituto Gonçalo Muniz, Edson Duarte; a representante da Sociedade Brasileira de Imunização na Bahia, Nilda Ivo; e o farmacêutico da Universidade de São Paulo (USP) Rafael Araújo.