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Uma imagem composta mostra o ex-presidente Bill Clinton e Donald Trump e o príncipe Andrew. Todos os três homens foram listados nos registros de voo do avião particular de Jeffrey Epstein - Fotos: Getty Images
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quinta-feira 4 de janeiro de 2024 às 07:37h

Clinton, Trump e príncipe Andrew aparecem em lista envolvidas em tráfico sexual de menores

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Os ex-presidentes dos Estados Unidos, Bill Clinton e Donald Trump, além do príncipe Andrew, do Reino Unido, são alguns dos nomes citados em documentos judiciais ligados a um processo envolvendo Ghislaine Maxwell, ex-namorada do bilionário americano Jeffrey Epstein, encontrado morto na prisão em 2019 após ser acusado de tráfico sexual de menores.

Os documentos vieram a público após uma decisão de uma juíza de Nova York em dezembro, que retirou o segredo de Justiça da ação movida por Virginia Giuffre contra Maxwell.

Epstein e Maxwell são acusados de criar uma esquema de aliciamento de menores para fins de exploração sexual.

Maxwell foi condenada a 20 anos de prisão e permanece presa em um presídio federal nos Estados Unidos.

A BBC está analisando as 943 páginas de documentos, que foram divulgadas na noite de quarta-feira (3/1).

A lista inclui nomes de acusados de irregularidades, acusadores e potenciais testemunhas.

Ao determinar a publicidade dos atos processuais, a juíza Loretta Preska disse que muitos dos citados no processo já haviam sido identificados pela imprensa ou no julgamento de Maxwell.

Ela acrescentou que muitos outros não levantaram objeções à divulgação dos documentos.

Os documentos incluem referências a Johanna Sjoberg, que afirmou que o príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth 2ª e irmão do rei Charles 3º, apalpou seu seio enquanto estava sentado em um sofá no apartamento de Epstein em Manhattan, em 2001.

O Palácio de Buckingham já havia negando as acusações, descrevendo-as como “categoricamente falsas.”

Em depoimento, Sjoberg alegou que o príncipe Andrew colocou a mão em seu seio para posar para uma foto com outra mulher que acusou o príncipe, Virginia Giuffre.

Em 2022, a realeza britânica pagou milhões a Giuffre para encerrar uma ação judicial que ela moveu contra Andrew, acusando-o de abuso sexual quando ela tinha 17 anos.

O príncipe Andrew afirma que nunca conheceu Giuffre e negou suas acusações.

Mas uma foto que circula amplamente na imprensa mostra os dois com Maxwell.

Já o ex-presidente dos EUA Bill Clinton também é citado nos documentos judiciais, embora não haja qualquer implicação de ilegalidade.

A BBC procurou os representantes de Clinton, mas eles repetiram uma alegação feita pelo ex-presidente americano em 2019, quando afirmou que não sabia “nada” sobre os crimes de Epstein.

Segundo os documentos, Sjoberg disse que Epstein uma vez lhe disse que Clinton “gosta delas jovens”, referindo-se às meninas.

Clinton teve um caso com uma estagiária da Casa Branca de 22 anos, Monica Lewinsky, enquanto era presidente dos Estados Unidos.

Os documentos incluem depoimentos de Maxwell confirmando que Clinton viajou a bordo do jato particular de Epstein, mas ela não sabe quantas vezes.

Clinton usou o avião de Epstein em viagens à África no início dos anos 2000 e, na época, elogiou Epstein como um “filantropo empenhado”, embora tenha dito que mais tarde cortou relações com ele.

Em 2019, o ex-presidente americano afirmou ter sido acompanhado em suas viagens a bordo do jato de Epstein por funcionários e apoiadores de sua instituição de caridade, a Fundação Clinton.

Espera-se que a divulgação desses nomes aumente a compreensão sobre a rede de tráfico sexual comandada por Epstein e Maxwell.

O círculo social do casal envolvia figuras de destaque do mundo da política, dos negócios e até mesmo da realeza britânica.

Nos documentos judiciais que estavam sob segredo de Justiça, 187 indivíduos diferentes são citados, todos com a alcunha de ‘J Doe’ (termo em inglês usado para pessoa desconhecida).

Agora, a maioria deles terá seus nomes verdadeiros revelados.

Em outro depoimento, Sjoberg disse que Epstein falou que entraria em contato com o ex-presidente dos EUA Donald Trump a caminho de um de seus cassinos em Nova Jersey.

“Jeffrey disse: ‘Ótimo, vamos ligar para Trump'”, disse ela, após os pilotos dizerem que seu avião não poderia pousar em Nova York e precisaria parar na cidade de Atlantic City, em Nova Jersey.

Os documentos não contêm acusações contra Trump.

Em determinado momento do depoimento, Sjoberg é questionada se ela alguma vez fez uma massagem em Trump, ao que respondeu: “Não”.

Alfredo Rodriguez, encarregado da segurança de Epstein, descreveu Maxwell como “chefe” em seu depoimento, segundo os autos do tribunal.

Rodriguez, que morreu em 2015, foi instruído a carregar dinheiro para dar a estudantes de Ensino Médio e outras meninas que ajudaram no recrutamento para Epstein, dizem os documentos.

Por que esses nomes serão divulgados?

Os nomes estão sendo revelados no âmbito de uma ação judicial contra Maxwell, filha de um magnata da mídia britânica.

Ela cumpre pena de 20 anos de prisão pelos crimes que cometeu com Epstein.

O processo por difamação foi movido por Virginia Giuffre, uma das acusadoras de Maxwell — e, na época, os nomes foram mantidos sob sigilo por determinação judicial.

Em dezembro, a juíza Loretta Preska, de Nova York, retirou o segredo de Justiça e determinou que poderiam ser divulgados.

Por que Bill Clinton está na lista de Epstein?

O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton é mencionado mais de 50 vezes nos documentos judiciais, segundo a emissora americana ABC News.

Mas não há implicação de qualquer ilegalidade.

Ele viajou no avião de Epstein em viagens humanitárias à África no início dos anos 2000 e na época elogiou Epstein como um filantropo comprometido.

A equipe de Clinton disse anteriormente que ele cortou relações com Epstein antes do financiador ser investigado.

O ex-presidente alega que não tinha conhecimento sobre os crimes de Epstein.

Muitas das menções nesses processos judiciais se devem às tentativas malsucedidas de Giuffre de fazer o ex-presidente testemunhar sobre seu relacionamento com Epstein, segundo a ABC.

Quem foi Jeffrey Epstein?

Jeffrey Epstein foi um financista americano que morreu na prisão em 2019.

Bilionário americano Jeffrey Epstein foi encontrado morto na prisão após ser acusado de exploração sexual de menores – Foto: Reuters

Sua morte, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual, foi descrita como suicídio por médicos legistas, mas ainda permanece envolvida em polêmica, com várias teorias da conspiração circulando online.

Epstein foi acusado de comandar uma “vasta rede” de exploração sexual de menores de idade.

Ele sempre se declarou inocente.

Uma década antes, Epstein havia sido condenado por solicitação de prostituição de uma menor de idade.

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