A cientista Claudia Sheinbaum foi eleita a primeira mulher presidente do México. Segundo a projeção oficial do Instituto Nacional Eleitoral, ele obteve cerca de 60% dos votos.
Com esse resultado, Sheinbaum leva o partido de esquerda Morena, do atual presidente e seu padrinho político Andrés Manuel López Obrador, a mais seis anos no poder.
A candidata oficial tem uma vantagem de cerca de 30 pontos percentuais sobre a segunda colocada, Xóchitl Gálvez, senadora de centro-direita de origem indígena. Ela era a principal aposta da coalizão opositora, formada pelos tradicionais partidos Pan, Pri (que governou durante sete décadas até o ano 2000) e Prd.
Cerca de 98 milhões de eleitores foram às urnas neste pleito de turno único. No México, não há reeleição presidencial ou voto obrigatório, e o mandato presidencial tem duração de seis anos.
Ao discursar em um hotel da Cidade do México, a futura presidente disse que os opositores já reconheceram a derrota.
Eleições marcadas por mortes
A eleição mexicana foi marcada por alta violência em várias regiões do país. Ao menos 37 aspirantes a cargos políticos foram assassinados desde o início do ano e mais de duzentos centros de votação não puderam funcionar por temor de ataques do narcotráfico.
Sheinbaum construiu uma carreira acadêmica antes de entrar na política. A presidente é formada em física pela UNAM, uma das universidades mais prestigiadas do México, e fez pós-graduação em engenharia ambiental. Também fez pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Berkley, nos Estados Unidos e participou do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU, o IPCC, que ganhou um Prêmio Nobel da Paz em 2007.
Na política, ela começou como secretária do Meio Ambiente da Cidade do México e foi prefeita da capital, entre 2018 e 2023.
Entre os principais desafios da nova presidente mexicana estão a segurança pública, a educação, a saúde e a imigração para os Estados Unidos.