Depois que Jair Bolsonaro admitiu ter obtido as gravações com os áudios da portaria do seu condomínio, Ciro Gomes defendeu que o inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco seja assumido pelo Supremo Tribunal Federal. Apesar de estar em Brasília no dia da morte de Marielle, o presidente foi citado pelo porteiro do seu condomínio como a pessoa que teria autorizado a entrada no condomínio de Élcio Queiroz, um dos suspeitos do crime, justamente no dia do assassinato. No mesmo condomínio também mora Ronnie Lessa, suspeito de ser o autor dos disparos contra a vereadora, com quem Élcio tinha ido se encontrar.
“É absolutamente necessário que o Supremo Tribunal Federal assuma, como manda a lei, a responsabilidade por este inquérito”, escreveu Ciro no seu Twitter. “O presidente confessar que apropriou-se de elementos probatórios eventualmente capazes de envolvê-lo neste procedimento é potencialmente crime de obstrução de justiça e de responsabilidade por impedir ou tentar o exercício do poder judiciário”, disse.
“Espero que nossa tribunal compreenda a gravíssima responsabilidade que tem com a normalidade institucional e com o estado de direito democrático! Para o presidente também a responsabilidade do Supremo é a garantia de um ambiente respeitável onde poderá se defender”, acrescentou Ciro.