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quinta-feira 29 de setembro de 2022 às 19:45h

Ciro e Tebet travam guerra particular pelo 3º lugar

ELEIÇÕES 2022, NOTÍCIAS


Com chances remotas de chegarem ao segundo turno, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) travam uma batalha particular pela terceira colocação na corrida presidencial. O resultado, embora perseguido por ambos, representará desfechos distintos: a Tebet valeria como espécie de pódio improvável e lhe garantiria sair da eleição maior do que entrou. Para Ciro, terminar atrás dos favoritos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) ainda é o mínimo que sua campanha espera para afastar o que consideraria um fracasso.

Contra o voto útil

A última pesquisa do Ipec, divulgada na segunda-feira, traz um empate técnico entre os dois candidatos que tentaram capitalizar a terceira via nesta eleição. Ciro soma 6% das intenções de voto, ante 5% de Tebet. Bem mais à frente, Lula lidera, com 48%, seguido pelo presidente da República, que tem 31%.

Embora Tebet negue a existência de uma disputa paralela com Ciro, o jornal O Globo diz que apurou que a cúpula do MDB trata a possibilidade de chegar à frente do pedetista como prioridade nesta reta final. Do outro lado, a avaliação dos ciristas é que, até a linha de chegada, há espaço para atrair eleitores da adversária. Tanto os apoiadores de Ciro quanto os de Tebet rechaçam a polarização entre Bolsonaro e Lula.

Outro ponto em comum é que os dois têm sido alvo da estratégia de Lula para conquistar o chamado voto útil. O petista busca convencer entusiastas dos candidatos que não deverão chegar ao segundo turno de que é melhor votar naquele que tem mais chances de vencer na primeira etapa para encerrar de uma vez a corrida presidencial deste ano, marcada por episódios de violência política. A ofensiva tem se dado sobretudo em relação a eleitores de Ciro, cujo partido é historicamente mais identificado com a esquerda. O pedetista tem visto seus eleitores serem aliciados pelo nome do PT.

A quatro dias da eleição, tanto Ciro quanto Tebet contam com um bom desempenho no debate da TV Globo, hoje à noite, como trunfo para conquistar a colocação mais honrosa possível. Os dois enxergam nesta a última oportunidade de angariar pontos importantes na disputa.

Esta é a quarta vez que Ciro concorre à Presidência e seria a primeira em que terminaria com menos de dois dígitos. Em apenas uma ocasião ficou abaixo da terceira colocação: em 2002, quando ficou atrás de Lula, eleito naquele ano, José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB) mas, ainda assim, obteve 11% dos votos, o mesmo patamar das outras duas eleições, de 1998 e 2018.

A favor de Tebet há o fato de não ter este tipo de responsabilidade, por ser estreante em pleitos presidenciais. Ela tem subido nas pesquisas desde o início da campanha. Largou com 2% das intenções de voto, em meados de agosto, e conseguiu se sustentar nos atuais 5%. Além disso, ultrapassou Ciro numericamente em praças importantes, como São Paulo, maior colégio eleitoral do país — embora ainda estejam tecnicamente empatados. Fatores como esses alimentam a expectativa nos correligionários da senadora de que ela chegue na frente.

Centro reposicionado

A parlamentar, que em 2021 se destacou pela atuação durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, teve a campanha baseada em se apresentar ao eleitor, uma vez que que pesquisas indicavam que era pouco conhecida.

No entorno de Ciro, o sentimento predominante é de pessimismo. O melhor cenário para a campanha seria conseguir estender a eleição para o segundo turno, tendo o presidenciável ainda na disputa, objetivo cada vez mais distante. Segundo membros do diretório nacional do PDT, um eventual quarto lugar obrigaria o partido a reavaliar o futuro de Ciro na legenda.

Apesar da meta da campanha, Tebet evita cravar uma movimentação mais ousada para chegar em terceiro:

— Eu tenho visto muito a imprensa falar sobre o terceiro lugar. Primeiro, não estou preocupada com o posicionamento em relação ao Ciro. O que eu quero é chegar no segundo turno. A minha candidatura e da Mara (Gabrilli, sua vice) não é só eleitoral; ela é política, de reposicionamento do centro — declarou ontem em compromisso em São Paulo.

 

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