As importações de petróleo bruto da Rússia pela China subiram 28% em agosto em relação ao ano anterior, mostraram dados oficiais nesta terça-feira (20), mas a Arábia Saudita voltou a ser o principal fornecedor do país pela primeira vez em quatro meses.
As importações de petróleo russo, incluindo suprimentos bombeados pelo oleoduto do Oceano Pacífico da Sibéria Oriental e embarques marítimos dos portos da Europa e do Extremo Oriente da Rússia, totalizaram 8,342 milhões de toneladas, mostraram dados da Administração Geral de Alfândegas da China.
O volume de agosto, equivalente a 1,96 milhão de barris por dia (bpd), ficou um pouco abaixo do recorde de maio, de quase 2 milhões de bpd. A China é o maior comprador de petróleo da Rússia.
As importações russas aumentaram à medida que refinarias independentes da China estenderam as compras de suprimentos russos com desconto que eliminaram cargas rivais da África Ocidental e do Brasil.
Emma Li, analista de China da Vortexa Analytics, disse que os suprimentos russos efetivos provavelmente estão no mesmo nível dos embarques sauditas em cerca de 8,5 milhões de toneladas. Vários carregamentos de petróleo russo dos Urais foram relatados como originários da Malásia, de acordo com dados de rastreamento de navios que ela compilou.
Ainda assim, as importações da Arábia Saudita se recuperaram no mês passado para 8,475 milhões de toneladas, ou 1,99 milhão de bpd, 5% acima dos níveis do ano passado.
A Arábia Saudita também continua sendo o maior fornecedor no acumulado do ano. Os embarques de petróleo somaram 58,31 milhões de toneladas de janeiro a agosto, queda de 0,3% no ano, contra 55,79 milhões de toneladas vindas da Rússia, que subiu 7,3% em relação ao mesmo período de 2021.
As importações de petróleo bruto da China em agosto caíram 9,4% em relação ao ano anterior, uma vez que interrupções nas refinarias estatais e operações mais baixas em plantas independentes causadas por margens fracas limitaram as compras.
As fortes compras russas continuaram a pesar sobre as ofertas concorrentes de Angola e Brasil, que caíram em agosto 34% e 47%, respectivamente.