Em discurso emocionado na formatura da turma Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, do Instituto Rio Branco (IRB), o chanceler Ernesto Araújo chorou ao falar dos sacrifícios de sua família e convocou os diplomatas a demonstrarem ter “sangue nas veias”. Na cerimônia, estavam presentes o presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente, general Hamilton Mourão, considerado o ponto de inflexão nas ações de política externa.
“Diplomacia não significa ficar em cima do muro. Não é ver os grandes embates e aderir ao vencedor”, disse o ministro. “Diplomacia precisa ter sangue nas veias.”
O ministro das Relações Exteriores afirmou que sua política externa “não recuará diante do primeiro obstáculo e da primeira crítica”. De fato, Araújo já passou por alguns revezes e continua adiante em sua cruzada contra a “contaminação do marxismo cultural”. Entre os obstáculos que já enfrentou está o recuo na transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Araújo lamentou, porém, haver no Brasil muita gente “torcendo pela tirania apenas para ver este governo se dar mal”. “Não há de ser nada.”
Ao comentar sobre os esforços de sua família, o ministro agradeceu o apoio de sua mulher, a diplomata Maria Eduarda de Seixas Corrêa, e disse aos formandos que o apoio dos seus será fundamental para o progresso de suas carreiras. “Nem tudo serão rosas para vocês.”