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domingo 14 de julho de 2024 às 08:24h

CEO da BYD fala em divisão entre regiões do país para industrialização

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CEO da chinesa BYD, Alexandre Baldy afirmou na última sexta-feira (12) em entrevista a Lula Bonfim, do A Tarde, que existe uma mobilização da região Sudeste em prol do impedimento do Nordeste de ter algum tipo de incentivo para a instalação de indústrias. A situação ficou evidente no início das tratativas da reforma tributária.

À época, no texto original da reforma, havia a previsão de incentivos fiscais para indústrias que se instalassem no Nordeste do Brasil até 2032. Segundo Baldy, a disputa entre as regiões trata-se de uma “luta histórica”.

“Essa luta é histórica, os estados do Sudeste sempre buscaram concentrar a indústria naquela região. Não é à toa que a indústria de autopeças, quase 70% dela, está concentrada no Sudeste do Brasil. E quando nós percebemos que havia um movimento, mais do que importante, para que os baianos, para que os nordestinos, para que os nortistas, para que o povo do Centro-Norte e Nordeste do Brasil, tenham a mesma oportunidade do emprego, que remunera melhor o trabalhador, que é o emprego na indústria, e quando isso ocorre, essa disputa torna o Brasil quase que dividido ao meio. E nessa disputa, como nós vimos essa semana, foi justamente para que a gente pudesse ter a redução, a diminuição da competitividade de uma indústria como a que veio para a Bahia, a BYD”, explicou Baldy.

Apesar de reconhecer a divisão, Baldy lamenta o fato e diz que o Brasil perde com a disputa, mas que o papel da BYD é investir na geração de emprego, renda e desenvolvimento social.

“Nesse sentimento de divisão, nós ficamos tristes porque quem perde é o Brasil, porque quando a BYD decidiu e comprou a fábrica aqui da antiga Ford fechada, desativada e que não gera nenhum emprego, a não ser para o segurança e da limpeza, nós aqui acreditamos na Bahia, acreditamos no Brasil e investimos para que a gente possa gerar emprego e desenvolvimento social, mas fortemente o desenvolvimento tecnológico para produzir o que há de mais moderno no planeta e também o que mais moderno no Brasil. E por isso que a luta do Congresso através dos parlamentares baianos, do Nordeste, do Norte, do Centro-Oeste do Brasil, foi fundamental para que mantivesse a competitividade”, disse.

“[…] Porque imagine só, se a indústria de autopeças está no Sudeste, eu tenho que trazer matéria prima para cá para produzir um automóvel para devolver aquele que é o maior centro de consumo do Brasil. E essa necessidade de gerar competitividade, ela se realiza através da concessão de benefícios tributários”, completou.

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