Presidentes de 15 legendas partidárias já começaram a articular estratégias para aumentar a verba do fundo eleitoral destinado às campanhas do próximo ano. De acordo com a proposta, que modificaria a Lei Orçamentária Anual e será encaminhada ao executivo, o valor saltaria de R$ 1,7 bilhão para R$ 4 bilhões, uma alta de 135%.
O plano dos parlamentares é remanejar recursos das emendas impositivas de bancada para o fundo eleitoral. Nos bastidores, a estratégia é vista como uma forma de evitar críticas em meio à crise econômica.
Durante essa semana, os líderes das legendas tiveram reuniões com as bancadas do Congresso para passar uma lista, que ainda vai ser analisada pelos deputados que apoiam a medida. Os cochichos de corredor dão indícios de que, quem não aderir, não vai ter acesso aos recursos do fundo partidário.
No ano passado, a verba pública para as campanhas foi de R$ 1,7 bilhão e, para o orçamento de 2020, a proposta do governo previu um aumento para R$ 2,5 bilhões. No fim de agosto, em meio às críticas pela alta de R$ 800 mil, o presidente Jair Bolsonaro rebateu e disse que o aumento aconteceu, porque o governo “cumpriu a determinação da presidente do TSE, ministra Rosa Weber”.
No entanto, os deputados têm consciência de que Bolsonaro deve vetar o aumento para R$ 4 bilhões, que vai além do proposto no projeto de lei orçamentária. Os defensores da alta argumentam que as emendas de bancada não têm impacto significativo no orçamento de estados grandes.
E, nos estados menores, a maioria é governada por políticos de oposição e, por isso, o executivo demora a executar esses pagamentos. Os parlamentares sustentam que as eleições municipais têm mais candidatos e, por isso, é uma disputa mais cara.