Aplicativos usam geolocalização dos smartphones para monitorar população e ajudar na identificação de possíveis focos de contaminação
Aplicativos nos smartphones estão sendo utilizados por autoridades em diversos países para obter dados sobre o comportamento da população e para desenvolver estratégias para controlar a propagação da pandemia.
Segundo o R7, diversas empresas e startups, em parceria com órgãos governamentais, em todo o mundo e no Brasil trabalham para criar ferramentas digitais viáveis utilizando as recursos dos próprios aparelhos.
“Essas tecnologias ajudam a compreender e entender a doença, quais são seus traços de atuação, por que está tendo mais em uma região e menos em outra, o que as pessoas fizeram de diferente, se estão se deslocando mais”, explica Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação e TEDex Speaker.
A Coreia do Sul, por exemplo, usou os GPS dos celulares para acompanhar a localização em tempo real e acompanhar o caminho feito pelos infectados pela covid-19. Já a ilha espanhola La Gomera está testando um aplicativo de diagnóstico da doença baseado nas tecnologias da Google e Apple.
“O único problema é a manutenção da privacidade dos usuários. A divulgação dos dados deve ser impessoal, ou seja, só a estratificação do comportamento de grupos, sem mencionar indivíduos” diz Igreja sobre a implementação das tecnologias no mundo.
Segundo Rui David, CTO da Nimbi, empresa de rastreamento e tecnologia, desde que os dados coletados pelo software sejam de forma anônima, sem a possibilidade de identificação do possível contaminado e tendo a opção de exclusão total dos dados capturados não existe problema.
“No caso do Bluetooth, se forem espalhados equipamentos em locais de maior aglomeração o usuário poderá optar por conectar àquela antena e permitir o envio das informações”, explica.
O aplicativo AVISACorona faz o monitoramento dos casos da covid-19 nos municípios brasileiros com foco principal em secretarias municipais de saúde, Estados e Consórcios intermunicipais.
“O AVISACorona localiza geograficamente e em tempo real as pessoas que estão contaminadas antes que elas precisem ser internadas, e tratá-las com antecedência”, explica Erico Vasconcelos, fundador da empresa.
Segundo um artigo publicado na revista Science, um dos empecilhos do uso dos smartphones no combate à pandemia é contar com que a população terá a iniciativa de fazer o download ou entrar em um site e se cadastrar.
Igreja destaca que um aplicativo viável para a realidade brasileira deve ser “simples, leve e de fácil atendimento” justamente porque muitos usam celulares com pouca memória e baixa capacidade de processamento de dados.
“Cada geração de devices e plataformas, o assunto ganha possibilidades inéditas. Então, a tecnologia precisa ser aproveitada em sua totalidade”, conclui Igreja.