A equipe do Ministério da Igualdade Racial desembarcou em Porto Seguro, sual da Bahia, com a Caravana Brasil Cigano para ouvir as demandas dos povos dessa localidade. A escuta começou na segunda-feira (29) e segue até terça-feira (30). No primeiro dia de encontro estiveram presentes lideranças ciganas e representantes governamentais reunidos em prol do fortalecimento e da construção de políticas públicas inclusivas.
O Secretário do Ministério da Igualdade Racial, Ronaldo Dos Santos, enfatizou a importância de ouvir e compreender as realidades vivenciadas pelos povos ciganos. “A gente precisaria conhecer de perto os povos ciganos, ouvir o que querem dizer, conhecer a diversidade porque muito pouco se sabe sobre esses povos”, afirmou.
A coordenadora geral Edilma Nascimento enfatizou que “o objetivo principal da caravana é promover a participação ativa das comunidades ciganas na formulação de políticas que atendam às suas necessidades específicas”.
Desde maio de 2023, a iniciativa já visitou 12 cidades de seis estados e ouviu cerca de duas mil pessoas. Durante o primeiro dia de Caravana, diversas figuras proeminentes compartilharam suas perspectivas e planos de ação.
Edivalda Bispo, conhecida como Dinha e representante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPir), abordou questões cruciais enfrentadas pelos povos ciganos na região, incluindo o acesso ao programa Bolsa Família.
Estavam presentes Amanda Anderson, do Ministério da Previdência Social, Danilo Souza, Diretor de Comunidades e Povos Tradicionais da Secretaria de Assistência Social, Lívia Borges, superintendente de povos e comunidades tradicionais da Bahia, e Thiago Henrique, Coordenador de Políticas para Povos de Terreiros e Ciganos e Conselheiro Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais.
A presença dessas autoridades demonstrou o compromisso do Estado no combate das desigualdades que impactam os povos Ciganos da região. Estimularam conversas sobre iniciativas destinadas a garantir uma aposentadoria digna para os povos ciganos e criação de projetos para geração de emprego e renda.
Além disso, profissionais como Carolina Menezes, advogada, e Gilson Sena, psicólogo do Centro de Referência de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa Nelson Mandela estiveram presentes.
A caravana não se limitou a discursos e debates, também houve visitas às casas de membros da comunidade que enriqueceram a compreensão da realidade cotidiana dos povos ciganos. Do senhor de 105 anos de idade, Aurelino Fiuza, à senhora empreendedora Simone Ribeiro, que confecciona vestidos para vender na comunidade, as histórias compartilhadas inspiraram e motivaram os participantes.
Destacando ainda mais o compromisso com a educação e o empoderamento, a casa da Liderança Dinha, que estabeleceu uma escola em 2019 para jovens e adultos, evidencia a resiliência e a determinação das comunidades ciganas em buscar oportunidades de crescimento e desenvolvimento.
O Ministério da Igualdade Racial, juntamente com seus parceiros governamentais e líderes comunitários, compromete-se a continuar colaborando de perto com os povos ciganos para criar políticas públicas inclusivas e transformadoras que promovam a igualdade e a justiça social. A Caravana Brasil Cigano é mais do que uma jornada; é um símbolo de esperança e solidariedade para uma sociedade mais justa e igualitária.