A câmara baixa do Parlamento do Japão aprovou nesta quinta-feira (9) os indicados do governo para os cargos de presidente e vices do banco central japonês, definindo uma nova liderança que terá a tarefa de orientar uma saída suave da política monetária ultrafrouxa.
A câmara alta votará as indicações nesta sexta-feira (10). A aprovação pelas duas câmaras é vista como garantida, já que a coalizão governista detém a maioria dos assentos em ambas as casas.
Com a aprovação, o candidato do governo, Kazuo Ueda, sucederá oficialmente o atual presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, cujo segundo mandato de cinco anos termina em 8 de abril.
Os indicados aos dois cargos de vice-presidente, Shinichi Ueda e Ryozo Himino, assumirão o cargo a partir de 20 de março, sucedendo Masayoshi Amamiya e Masazumi Wakatabe.
Ueda presidirá sua primeira reunião de política monetária nos dias 27 e 28 de abril, quando o conselho produzirá novas previsões de crescimento trimestral e de preços até o ano fiscal de 2025.
Com a inflação excedendo a meta do banco central, Ueda enfrenta o desafio de acabar com a controversa política de controle de rendimento dos títulos, que atraiu críticas públicas por distorcer as funções do mercado e esmagar as margens dos bancos.
“É verdade que há vários efeitos colaterais decorrentes do estímulo. Mas a política atual do Banco do Japão é um meio necessário e apropriado para alcançar uma inflação de 2%”, disse Ueda ao Parlamento no mês passado, sinalizando que não terá pressa em elevar os juros.
Ueda, no entanto, disse que tem ideias sobre como o Banco do Japão pode abandonar seu estímulo monetário massivo e está aberto à ideia de conduzir uma revisão abrangente de sua estrutura de políticas.