Os testes clínicos finais da CoronaVac ainda estão em análise por um comitê internacional, e a aprovação para uso em território brasileiro ainda depende de avaliação da Anvisa. A expectativa do Butantan é entregar o documento final para o órgão regulador no dia 23 de dezembro. Em paralelo, o governo de São Paulo também deve buscar aprovação da vacina junto à agência regulatória chinesa, pedindo autorização para uso emergencial no Brasil.

Enquanto aguarda a efetiva incorporação ao PNI, o Butantan afirmou que “seguirá importando e produzindo a vacina”. O governo de SP pretende colocar em prática um plano estadual de imunização caso o imunizante não seja efetivamente incorporado ao PNI. “O plano de São Paulo está pronto para ser colocado em prática, em 25 de janeiro. Porém, em caso de definição do PNI, São Paulo seguirá as orientações para as estratégias de vacinação, com definição de grupos prioritários e faseamento”, disse o Butantan, em nota.

Exportação

O governo de SP também anunciou anteriormente que, em paralelo ao fornecimento ao Brasil, incluiu a produção de 40 milhões de doses da CoronaVac para a América Latina. Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, disse que já esteve na Argentina assinando um protocolo de intenções para entregar 10 milhões de doses em janeiro. Peru, Uruguai, Honduras e Paraguai também estariam interessados em adquirir o imunizante, segundo o governo.

A exportação da vacina é vista com ressalvas para especialistas. De acordo com João Viola, presidente do Conselho Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm), a discussão sobre exportação só deveria ocorrer após uma vacinação total da população brasileira.

— Não há a menor dúvida de que pode exportar, mas aí tem uma questão ética. Vamos dar conta de produzir para o país? Se vamos, então tudo bem, o excedente pode sair. Mas eu não acredito que seja ético num momento de extrema necessidade a gente faça uma exportação sem cobrir a necessidade da população brasileira — ressaltou.