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quarta-feira 15 de julho de 2020 às 18:46h

Brasil precisará de R$ 10 bi para vacinas contra covid-19 e imunizar 20% da população

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O Brasil terá de desembolsar cerca de US$ 2 bilhões se quiser comprar vacinas para imunizar pelo menos 20% de sua população contra o covid-19 por um mecanismo da Gavi Aliança (Aliança Global para Vacinas e Imunização), conforme o Valor apurou.

O “número mágico” entre analistas, segundo fontes, é de que inicialmente basta que 20% da população de cada país seja vacinada para construir uma certa imunidade. Até porque num primeiro momento não haverá doses suficientes para todo mundo.

A Gavi tem duas iniciativas para facilitar acesso a futuras vacinas contra a pandemia: o Covax Advanced Market Commitments (AMC) para países de renda baixa ou média apoiados pela própria Gavi, financiados por ajuda externa, e que vão receber a vacina de graça; e o Covid-19 Global Access Facility (Covax Facility), para países de renda média-alta e alta, que vão pagar pela vacina.

No Covax Facility, países do porte do Brasil ou desenvolvidos podem participar de um “pool financeiro” para ajudar empresas a desenvolver vacinas mais rapidamente e garantir acesso ao produto. Assim, em vez de acordo bilateral, com um só laboratório, compartilham o risco e apostam em número maior de vacinas potenciais (atualmente em nove projetos, incluindo a vacina de Oxford, mas aberta a participação de outros).

A embaixadora brasileira junto às Nações Unidas em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevêdo, enviou cartas tanto ao Gavi como a diferentes entidades internacionais, incluindo Organização Mundial da Saúde (OMS), Unitaid, Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, manifestando interesse do Brasil nos projetos e produtos nas áreas de diagnósticos, medicamentos e vacinas para covid-19 e dar acesso equitativo às soluções tecnológicas encontradas.

“Para sermos eficientes no combate global ao covid-19, temos que buscar mecanismos que garantam a distribuição equitativa da vacina. O Covax Facility da Gavi defende essa linha de ação”, afirmou a embaixadora. A premissa básica é de que ninguém estará seguro a menos que todos estejam seguros.

Se o Brasil concretizar seu interesse no Covax Facility, só para entrar, precisará pagar cerca de US$ 197 milhões. Depois, pode decidir sobre o número de doses que vai querer comprar.

Como na fase inicial não haverá vacina para todo mundo, o preço da dose, pela Gavi, é estimado em US$ 20. A fatura de US$ 2 bilhões no caso do Brasil leva em conta pelo menos duas vacinas por pessoa. Mas ninguém tem certeza ainda sobre as doses necessárias por pessoa, inclusive porque haverá múltiplos tipos de vacina.

Em junho, o Brasil fez acordo bilateral com o laboratório farmacêutico AstraZeneca para o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19. Na fase inicial, de risco assumido, o país compra 30,4 milhões de doses, ao custo de US$ 2,30 por dose. O valor total da compra chega a US$ 127 milhões, incluídos os custos da transferência de tecnologia e do processo produtivo pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ao mesmo tempo, a AstraZeneca faz testes da vacina junto a brasileiros.

Em Genebra, participantes do Covax Facility acreditam que, passada a fase inicial, o preço das vacinas vai baixar. Na quinta-feira, representantes de governos terão reunião para discutir detalhes técnicos do mecanismo da Gavi para países de renda média alta e alta. Por exemplo, programa de desembolso, expectativa sobre a confirmação de vacinas, distribuição, grupos prioritários para receber a vacinação. Tudo isso pode ajudar vários países a decidir pela entrada no mecanismo.

Para o presidente do Fórum Mundial de Economia, Klaus Schwab, o compartilhamento das vacinas será um teste sobre a cooperação na área internacional. Ele diz ter constatado aumento generalizado de egoísmo de indivíduos e entre os países em meio à pandemia.

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