Com a alta da Selic feita nesta última quarta-feira (29) o Brasil se manteve como o país com o segundo maior patamar de juros reais de todo o mundo.
Agora, com Selic a 13,25%, os juros reais no Brasil ficam em 9,18%, conforme levantamento da MoneYou. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa em 1 ponto percentual (p.p.), de 12,25% anteriores.
Assim, o Brasil segue atrás somente da Argentina, que tem juros reais de 9,36%.
A taxa de juros real é a taxa de juros ajustada pela inflação, refletindo o verdadeiro custo do crédito ou o retorno de um investimento, descontando a perda do poder de compra causada pela inflação.
Para o ranking, a MoneYou considera os 40 países mais relevantes do mercado de renda fixa mundial nos últimos 25 anos.
A taxa de juro real do Brasil, que é o resultado do juro nominal descontada a inflação, está em 9,18% ao ano.
Atrás do Brasil e Argentina, aparecem Rússia, México e Indonésia.
Veja abaixo o ranking:
Ranking de juros reais
- Argentina: 9,36%
- Brasil: 9,18%
- Rússia: 8,91%
- México: 5,52%
- Indonésia: 5,13%
- Colômbia: 5,01%
- República Checa: 3,30%
- África do Sul: 2,95%
- Filipinas: 2,57%
- Hong Kong: 1,99%
- Reino Unido: 1,46%
- Malásia: 1,39%
- Chile: 1,29%
- Índia: 1,29%
- Hungria: 1,28%
- Cingapura: 1,25%
- Itália: 1,19%
- Israel: 1,17%
- Tailândia: 1,16%
- China: 1,14%
Olhando para os juros nominais, o Brasil é o 4º país no ranking. Quem lidera é a Turquia, com uma taxa de 45%.
Em seguida, aparecem Argentina e Rússia, com 32% e 21%, respectivamente.
- Turquia: 45,00%
- Argentina: 32,00%
- Rússia: 21,00%
- Brasil: 13,25%
- México: 10,00%
- Colômbia: 9,50%
- África do Sul: 7,75%
- Hungria: 6,50%
- Índia: 6,50%
- Filipinas: 5,75%
- Indonésia: 5,75%
- Polônia: 5,75%
- Chile: 5,00%
- Hong Kong: 4,75%
- Reino Unido: 4,75%
- Estados Unidos: 4,50%
- Israel: 4,50%
- Austrália: 4,35%
- Nova Zelândia: 4,25%
- República Checa: 4,00%
Como foi a decisão do Copom que elevou a Selic para 13,25%
O Copom decidiu, de forma unânime, pelo aumento de 1p.p. na taxa básica de juros, elevando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano. O aumento já era esperado pelo mercado desde o comunicado de dezembro, .
A Selic chegou ao seu maior valor desde setembro de 2023, quando baixou de 13,25% para 12,75% ao ano. Foi o quarto aumento consecutivo da taxa.
Essa reunião de janeiro foi a primeira com Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central, após o encerramento do mandato de Roberto Campos Neto.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o comunicado do BC.
O aumento já era esperado pelo mercado e o ciclo de aperto monetário deve seguir. A expectativa é que na próxima reunião, marcada para o dia 19 de março, deva acontecer mais um aumento de 1 pp por conta do ambiente fiscal incerto – conforme sinalizado em guidance pela própria autoridade monetária. O mercado prevê que a taxa Selic deva terminar 2024 em 15%.