Jair Bolsonaro se elegeu prometendo terrenos na lua aos milhares de bolsonaristas ou antipetistas que votaram nele em 2018, conforme relembra a coluna Radar.
Um deles, uma ameaça a carreiras de Estado, usava o discurso conforme a publicação, de meritocracia para justificar o fim da estabilidade dos servidores concursados na máquina federal.
Em 2019, o presidente voltou ao tema ao falar da reforma administrativa. “Olha, a ideia é daqui pra frente. Daqui para frente não teria estabilidade, essa é que é a ideia”, disse ao deixar o Alvorada para comprar uma motocicleta em Brasília.
Com o primeiro mandato caminhando para o fim, o presidente coleciona ataques a servidores. Todos relacionados a decisões que freiam interesses de amigos do Planalto ou visões ideológicas distorcidas do presidente.
O episódio mais recente está na pressão sobre a Anvisa. Se Bolsonaro pudesse, ele teria demitido servidores que autorizaram a vacinação de crianças de 5 a 11 anos com o imunizante da Pfizer. As declarações do presidente são públicas. Ficaram apenas no falatório porque a lei protege os servidores. Há outros exemplos. Muitos exemplos.
Chefe da Economia, Paulo Guedes provocou indignação ao chamar os servidores de “parasitas” em 2020. Levará muito tempo para que o país conheça todos os prejuízos e retrocessos causados pelo governo em diferentes setores da máquina — o que se passou no MEC e o episódio da corrupção na compra de vacinas, denunciado por outro servidor público, mostram que a coisa é feia. Um fato, no entanto, já é cristalino: com sua postura no Planalto, Bolsonaro conseguiu explicar de forma simples ao país a importância da estabilidade dos servidores.
Ela existe para garantir o cumprimento da lei, tentar evitar privilégios aos amigos do poder e barrar devaneios de líderes autoritários de turno.