sexta-feira 22 de novembro de 2024
Foto: Getty Images
Home / NOTÍCIAS / Bolsonaro terá que reconquistar evangélicos em 2022
terça-feira 28 de dezembro de 2021 às 05:49h

Bolsonaro terá que reconquistar evangélicos em 2022

NOTÍCIAS


Fundamental para garantir estabilidade à gestão ao longo dos três anos do mandato de Jair Bolsonaro (PL), o apoio dos evangélicos pode se tornar um desafio para o presidente da República em 2022. Ainda que aliados do governo deem como certo o voto desse segmento para a reeleição, eles reconhecem que problemas como a inflação podem afastar o eleitor — inclusive o cristão — do ex-capitão.

Em entrevista a revista Veja, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que a aprovação do nome do pastor presbiteriano André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) foi um alívio para o governo, pois baixou a tensão com líderes religiosos. Ele reconheceu que uma derrota do nome “terrivelmente evangélico” indicado pelo presidente para a Corte poderia tumultuar a relação do Planalto com o Congresso e dificultar a aprovação de matérias importantes para o Executivo.

“Nem nós tínhamos a dimensão de como era importante a aprovação de Mendonça para o STF. A rejeição do nome poderia iniciar um processo de desgaste do governo em diversas outras pautas, com alguns se aproveitando de um momento de fraqueza. Aconteceu o contrário, uma grande demonstração de força por parte do governo, porque ele cumpriu a promessa de campanha de colocar um evangélico na mais alta Corte do Judiciário brasileiro. Diversas igrejas colocaram os seus membros de joelhos pedindo a Deus pela aprovação”, afirmou Flávio, um dos principais conselheiros do pai.

A aprovação de Mendonça ao STF, no entanto, não alterou a opinião do eleitor. O nome dele foi chancelado pelo Senado em 30 de novembro. Entre os dias 13 e 16 de dezembro, o Datafolha fez uma pesquisa de intenção de votos e constatou que, entre os entrevistados que se dizem evangélicos, 46% responderam que preferem votar em Lula (PT) em um eventual segundo turno, contra 44% em Bolsonaro. Os evangélicos representam 31% do eleitorado, segundo o instituto.

Próximo presidente da frente parlamentar evangélica, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) estima que cerca de 70% dos evangélicos seguem apoiando o presidente. A segunda opção do grupo, segundo ele, seria Sergio Moro (Podemos), e não Lula. “Me nego a acreditar que o Datafolha manipule dados, mas tenho convicção de que a métrica está errada para medir o segmento evangélico”, afirmou Cavalcante.

Pesquisa da Quaest Consultoria, realizada entre 2 e 5 de dezembro, também identificou uma “métrica” desfavorável ao presidente. Segundo o levantamento, a reprovação ao governo Bolsonaro é de 35% entre os evangélicos, e a aprovação de 32%. Não é à toa o esforço de Lula e de Moro para conquistar essa fatia importante do eleitorado.

Veja também

Bolsonaro pode ser preso após indiciamento? Entenda os próximos passos do processo

Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21) pelos crimes de abolição …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!