Segundo a coluna de Bela Megale, do O Globo, Jair Bolsonaro (PL) arrefeceu sua resistência em relação ao nome de Marcos Pereira (Republicanos) para a presidência da Câmara dos Deputados. Os dois tiveram um encontro há cerca de 20 dias para acertar os ponteiros.
O ex-presidente vinha externando a aliados seu veto em relação a Pereira. Em uma conversa com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no início do ano, Bolsonaro pediu ao parlamentar que não apoiasse o presidente do Republicanos como seu sucessor.
A insatisfação com Marcos Pereira começou com a aproximação do Republicanos junto a Lula. A legenda tem o deputado Silvio Costa Filho como ministro de Portos e Aeroportos do governo petista. O ex-presidente também se queixou, de forma reservada, sobre a inclusão de críticas a Israel em uma moção de repúdio ao Hamas aprovada pela Câmara dos Deputados. Na ocasião, Pereira presidia a Casa e acatou uma emenda de petistas, gerando queixas de opositores.
Marcos Pereira atribui a resistência de Bolsonaro à aproximação do ex-presidente com o pastor Silas Malafaia. Pereira é bispo licenciado da Igreja Universal, comandada por Edir Macedo, que é desafeto de Malafaia.
O PL, partido de Bolsonaro, planeja lançar o líder da sigla na Câmara, o deputado Altineu Côrtes (RJ), na disputa pelo comando da Casa. A legenda sabe que a chance de vitória é pequena e deve apoiar um nome no segundo turno. A bancada do PL é a maior da Câmara, com 99 deputados.
Os outros nomes que estão na disputa pela sucessão de Lira são os deputados baianos Elmar Nascimento (União Brasil) e Antonio Brito (PSD-BA), além de Isnaldo Bulhões (MDB-AL).