O conteúdo do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril com o presidente Bolsonaro (sem partido) foi interpretado pelo deputado estadual Marcelinho Veiga (PSB) como prova que o chefe do Executivo nacional interveio na Polícia Federal (PF) para proteger membros da sua família e amigos próximos. Esse tema foi o assunto mais comentando no meio político na sexta-feira (22) e deve tomar os noticiários do final semana. “Vídeo comprova que Bolsonaro interveio na PF para proteger família e amigos. Não resta dúvida sobre isso, sem contar que as falas dos ministros da Educação [Abraham Weintraub], do Meio Ambiente [Ricardo Sales] e dos Direitos Humanos [Damares Alves] são criminosas, afrontam os povos tradicionais e originários deste país e o meio ambiente, além de ameaçar o Poder Judiciário, governadores e prefeitos”.
Marcelinho Veiga descreve que os filhos de Bolsonaro são investigados por crimes como a ‘rachadinha’, que tem como pivô o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, e Carlos Bolsonaro por envolvimento com milícias virtuais que propagam fake news. “A troca de titulares da PF serviu para isso, para conter e ter acesso a informações sigilosas. É grave o presidente dizer que tem uma equipe de segurança que lhe passa informações. Isso é crime contra a nação. Bolsonaro tenta se livrar das mentiras que vem contando, mas o vídeo prova sua interferência na PF para trocar o comando da polícia no Rio de Janeiro. Ele ataca os governadores de São Paulo e do Rio, usa palavras de baixo calão. Infelizmente é uma pessoa despreparada, com uma equipe sem controle e que não sabe o que significa a palavra democracia”.
O deputado do PSB completa dizendo que “é um momento delicado da nossa história recente. Talvez o momento mais difícil que o Brasil vive. Precisamos ficar atentos e fazer cumprir a Constituição”. Veiga aponta que “Bolsonaro não tem condições de governar o país. Já somos o segundo no número de infectados do mundo com 330 mil. Não estamos conseguindo conter o vírus, que já matou mais de 21 mil. No entanto, a reunião de abril com os ministros, quando os números já mostravam o descontrole, com 41 mil infectados e quase 3 mil mortos, nenhuma palavra sobre o assunto coronavírus foi dita. Mas não faltou a defesa ao desmatamento e aos grileiros, instalação de cassinos, privatização de estatais e arrocho fiscal. Para eles, tudo, para o povo, nada”.