O presidente Jair Bolsonaro indicou na manhã desta quinta-feira (12) o tenente-coronel Jorge Luiz Kormann para uma vaga na diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Kormann deverá assumir a vaga decorrente do término do mandato de Alessandra Bastos Soares em 19 de dezembro de 2020. Desde junho, o militar atua como secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde, comandado pelo general Eduardo Pazuello. O despacho, publicado no Diário Oficial da União, foi encaminhado ao Senado Federal. A casa deverá sabatinar o tenente-coronel assim que Alessandra deixar o posto. A última atualização de seu currículo consta que Kormann tinha o cargo de Assessor de Gestão e Planejamento Estratégico no Hospital Militar de Área de Porto Alegre, em 2013.
A Anvisa esteve no meio da polêmica envolvendo a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac. Os testes do imunizante foram interrompidos pela agência na terça-feira, 10, após a informação de que um voluntário teria sofrido um “efeito adverso grave não esperado”. A decisão foi questionada por ter sido tomada no mesmo dia em que o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB) noticiou que as primeiras 120 mil doses do imunizante chegariam no Estado no dia 20 de novembro e que as obras na fábrica do Instituto Butantan tinham sido iniciadas.
O governo de São Paulo também questionou o fato de não ter sido informado oficialmente pela Anvisa. A agência, no entanto, afirma que a decisão foi técnica, sem qualquer viés político, e que o Instituto foi informado da interrupção antes da nota ser publicada no site oficial da Anvisa. “A Anvisa não é parceria de nenhum desenvolvedor”, afirmou Antônio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa. O contra-almirante da Marinha Barra Torres, que já participou de atos ao lado do presidente em Brasília, também foi outro militar indicado por Bolsonaro para chefiar o órgão regulador. A Anvisa autorizou, na quarta-feira, 11, a retomada dos estudos com a CoronaVac.