Aliado de Ricardo Nunes (MDB), prefeito que tenta a reeleição em São Paulo, o senador Ciro Nogueira, presidente do PP, classificou como “erro” rejeitar o apoio de Pablo Marçal (PRTB) no segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL).
O que aconteceu
“Eu acho um erro não querer o apoio do Marçal”, afirmou o senador, em entrevista à GloboNews. “Ele tem que estar com a gente, porque nosso grande objetivo é evitar a tragédia Boulos no comando da Prefeitura de São Paulo”, acrescentou o ex-ministro do governo Bolsonaro.
“É uma pessoa de direita, temos de atraí-lo, jamais execrá-lo”, opinou Ciro Nogueira. “Marçal tem um poder de comunicação jamais visto. Eu o respeito pelo seu poder”. Para o senador pelo estado do Piauí, o eleitorado de Marçal “abomina mais o Boulos até do que o eleitorado do Nunes” e isso deve ser explorado pela campanha do candidato à reeleição na capital paulista.
Nunes rejeitou o apoio oferecido por Marçal, mas disse que precisa dos eleitores do candidato do PRTB. Marçal declarou no domingo (6) que apoiaria Nunes caso ele se comprometesse a adotar parte de suas promessas. Nunes dispensou o apoio ao afirmar que apenas os eleitores do ex-coach “são bem-vindos”. “Se eu for procurado, vou dizer a ele que espero que tenha aprendido com os erros”, afirmou. “Ele segue o caminho dele, e eu sigo o meu.”
Não quero conversar com ele. Preciso dos eleitores do Pablo Marçal. Preciso que os eleitores dele entendam que estamos em uma batalha contra a extrema esquerda. É um eleitor de direita e represento o centro e a direita.
Ricardo Nunes, prefeito e candidato à reeleição
Ciro minimizou a distância que Nunes manteve de Bolsonaro durante a campanha. Embora tenha indicado o candidato a vice, o coronel Ricardo Mello Araújo, Bolsonaro apareceu pouco no programa eleitoral do prefeito e não participou de agendas públicas. Para Ciro, Nunes tentou preservar o eleitorado de centro.
Nunes não assumiu ser bolsonarista, como também não sou bolsominion. Sou aliado do presidente incondicional.
Ciro Nogueira, presidente do PP
Bolsonaro é o preferido para 2026
Mesmo inelegível, Bolsonaro continua como o candidato preferido da direita para disputar a presidência em 2006. “Vamos lutar pela anistia do presidente Bolsonaro, seja no Congresso Nacional, seja no Judiciário”, afirmou Ciro. “Se não vier a acontecer [a anistia], vamos discutir com quem ele [Bolsonaro] nos orientar. Ele tem a força popular para fazer a escolha, é o grande líder.”
A primeira alternativa, diz, é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Não vou negar que o nome natural é o governador Tarcísio, mas ninguém vai ficar esperando o Tarcísio eternamente”.
Para o presidente do PP, Tarcísio “não pode dizer que aceita agora”, porque deve evitar o erro de outros ex-governadores. Ele citou os tucanos João Doria, José Serra e Geraldo Alckmin, que teriam errado ao anunciarem o desejo de se lançarem à Presidência. “[Eles] passavam a imagem de que São Paulo era um trampolim político. São Paulo tem que ser o exemplo, não trampolim político.”