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sexta-feira 10 de dezembro de 2021 às 15:36h

Bolsonaro diz que Brasil está “há quase 3 anos sem corrupção”

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta sexta-feira (10) da Cúpula pela Democracia, evento virtual organizado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Em discurso gravado de cerca de 3 minutos, o chefe do Executivo brasileiro discursou segundo o jornal Correio Braziliense pela defesa da democracia e direitos humanos e alegou que seu governo está “há quase 3 anos sem corrupção”.

“A criação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos é resultado desse compromisso. A luta contra a corrupção também constitui prioridade permanente, tanto é que estamos completando 3 anos sem uma denúncia sequer em nosso governo, ao contrário do que ocorria em anos anteriores”, disse.

No entanto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 viu indícios de prática de prevaricação no contrato de compra da vacina indiana Covaxin. Na época, a CGU aconselhou a suspensão da negociação. Além disso, Bolsonaro se contradisse, quando no último dia 6, apontou que não iria afirmar que não há casos de corrupção em seu governo.

“Não vou dizer que meu governo não tem corrupção porque a gente não sabe o que acontece. Se tiver qualquer problema no meu governo, a gente vai investigar. Eu não posso dar conta de mais de 20 mil servidores comissionados, mais ministérios com 300 mil funcionários. A grande maioria são pessoas honestas?”, apontou na data.

Ainda na reunião, ele ressaltou que o mundo pode contar com o Brasil para o fortalecimento da democracia. “Adotamos o mais ambicioso e abrangente plano anticorrupção da história desse país e estamos construindo e fortalecendo mecanismos para prevenir, detectar e punir atos de fraude, corrupção e comportamento antiético. Reitero nosso compromisso de continuar promovendo uma administração pública transparente e responsável mediante políticas transversais de integridade pública. Contem com o Brasil para contribuir para o fortalecimento da democracia no mundo, com pleno respeito à soberania e à independência das nações”, completou.

O líder do Executivo também defendeu a liberdade de expressão, principalmente na internet, e cumprimentou o democrata Joe Biden pela iniciativa de organizar a Cúpula.

“Esta é uma oportunidade para renovar no mais alto nível nosso compromisso com o mundo com a defesa da democracia, o combate à corrupção e a proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. No Brasil, nossa Constituição Federal estabelece a dignidade humana e a democracia como princípios fundamentais da República. Temos trabalhado com determinação para forjar uma cultura de diálogo, liberdade e inclusão social, estamos empenhados em assegurar as liberdades de pensamento, associação e expressão, inclusive na internet, algo essencial para o bom funcionamento de uma democracia saudável”, disse em alusão a prisão de aliados, desmonetização de páginas bolsonaristas ou mesmo os processos na Suprema Corte em relação às fakes news. Na última, ao correlacionar a vacina da covid-19 à Aids, o mandatário teve a live derrubada.

“Valorizamos os direitos de todos de expressarem suas opiniões e de serem ouvidos. Nos últimos anos, trabalhamos com afinco na proteção e promoção dos direitos humanos no Brasil. Reafirmo nossa determinação de proteger e respeitar os direito humanos e as liberdades fundamentais de todos os brasileiros, independentemente da origem, raça, sexo, cor, idade, religião, sem qualquer forma de discriminação. A proteção dos direitos humanos é valor inerente ao governo brasileiro e orientador de todas as nossas políticas públicas e programas sociais”, concluiu.

Homofobia

Apesar da defesa pelos direitos humanos, Bolsonaro frequentemente faz comentários de cunho homofóbico. No último dia 7, o presidente falou sobre o que chamou de “linguagem neutra dos gays”. O chefe do Executivo citou como exemplo uma questão da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2018 e reclamou que a utilização dos termos neutros “estraga a garotada”. Na linguagem neutra, os pronomes contemplam pessoas de gênero não binário, no lugar de “ele/ela”.

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