O presidente Jair Bolsonaro ameaçou nesta semana durante encontro com índios de diferentes etnias, promover demissões na Fundação Nacional do Índio (Funai). Ele pregou que o órgão siga decisões dos índios. “O povo indígena é que diz o que a Funai vai fazer, senão corto diretoria da Funai”, disse o presidente.
Apesar de ter enumerado críticas à legislação ambiental e defendido a liberação do garimpo em terras indígenas, o presidente afirmou que as áreas já demarcadas devem ser respeitadas: “Terra demarcada, terra respeitada, sem problema nenhum”.
No encontro, que reuniu índios de diferentes etnias, entre elas os povos yanomami e paresí, Bolsonaro afirmou que deseja libertar os índios da escravidão. “Se Deus quiser, nós vamos tirar os índios da escravidão”, disse o presidente, durante a transmissão ao vivo, pelas redes sociais, do encontro com os índios.
O presidente classificou a reunião como um ponto de inflexão para “acabar com a demagogia”. O encontro ocorreu uma semana antes de a capital federal sediar a maior mobilização indígena do País, o acampamento Terra Livre, promovido anualmente pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, que faz críticas ao governo.
Os representantes de povos indígenas das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste levados ao encontro no palácio foram ciceroneados pelo secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, o ruralista Nabhan Garcia.
Bolsonaro ouviu relatos dos representantes indígenas e classificou as Organizações Não-Governamentais (ONGs) internacionais como “inimigas”. O presidente afirmou que as ONGs são “picaretas” e que também há servidores “picaretas” dentro do governo federal. “Tem brasileiro mau caráter infiltrado em várias instituições”, declarou Bolsonaro. “Todas as ONGs que trabalham contra vocês (índios) são nossos inimigos.”