domingo 28 de abril de 2024
Os deputados federais Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira criticaram a blogueira Patrícia Lélis — Foto: Editoria de Arte/O Globo
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terça-feira 16 de janeiro de 2024 às 06:36h

Bolsonaristas alvo de denúncias feitas por Patrícia Lélis reagem após FBI passar a procurá-la por fraude milionária

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Parlamentares bolsonaristas que foram alvo de denúncias feitas por Patrícia Lélis no passado reagiram à notícia de que a blogueira é procurada pelo FBI sob a acusação de aplicar um golpe milionário como falsa advogada de imigração nos Estados Unidos. Segundo as autoridades norte-americanas, ela enganou clientes em aproximadamente US$ 700 mil (cerca de R$ 3,4 milhões) e pode ficar presa por até 20 anos pelo cometimento de crimes federais.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) chamou Patrícia segundo Luis Felipe Azevedo, do O Globo, de “criminosa, mentirosa e sem escrúpulos”. Em postagem na rede social X (antigo Twitter), o parlamentar afirmou que a jornalista o acusou de ter cometido “diversos crimes”.

Em 2022, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou a remoção dos posts publicados no Twitter com conteúdo pornográfico falsamente atribuídos ao deputado. Essas postagens foram iniciadas pela conta de Patrícia, nome citado no processo.

Em trecho da decisão, a juíza Beatriz Junqueira Guimarães legitimou o discurso do parlamentar, que alegou ter sido vítima de fake news e atendeu a urgência do pedido.

“Com base nas fotos juntadas com a inicial, é possível verificar que um usuário denominado @lelispatricia publicou em sua conta do Twitter montagens de fotos com imagem de pornografia junto a fotos do promovente”, argumentou a magistrada.

Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também compartilhou o comunicado da Justiça americana e ironizou a situação. Lélis acusou o parlamentar de ameaçá-la após troca de ofensas públicas em 2017. Na ocasião, ela afirmou que ele a teria chamado de “otária” e prometido “acabar com a sua vida” caso a discussão continuasse.

No entanto, relatório da Polícia Civil do Distrito Federal de 2021 aponta que havia indícios de crime de denunciação caluniosa de Lélis contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época da acusação, ela trabalhava no PSC, então sigla de Eduardo Bolsonaro, com quem chegou a namorar. Então procuradora-geral da República, Raquel Dodge apresentou denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o parlamentar, e o caso foi depois remetido à primeira instância.

“FBI procura a moça acima, acusada de dar golpe nos EUA. Quem poderia imaginar?”, escreveu o parlamentar no Instagram nesta segunda-feira.

Quem é Patrícia Lélis?

A jornalista e blogueira de 29 anos ficou conhecida em 2016, após ter acusado o pastor e deputado federal Marcos Feliciano (PL-SP) de estupro. Dois anos depois, porém, o juiz Aimar Neres de Matos, da 4ª Vara Criminal de Brasília, arquivou o processo contra o parlamentar, acolhendo pedido do Ministério Público do Distrito Federal. O órgão defendeu que não era possível “vislumbrar elementos mínimos para a propositura de ação penal”. O Ministério Público ainda denunciou Patrícia por falsa comunicação de crime e extorsão de Talma Bauer, então chefe do gabinete do parlamentar.

Em 2018, Patricia Lélis chegou a ser candidata a deputada federal por São Paulo filiada ao Pros, mas não obteve o número mínimo de votos para conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados.

A jornalista também foi alvo de investigação dentro do PT pela sua expulsão da legenda por declarações transfóbicas, em 2021. A decisão foi tomada após a jornalista publicar um vídeo nas redes sociais em que fala que uma mulher trans “mostrou seu pênis a outras mulheres e adolescentes” ao entrar em um banheiro em Los Angeles.

“Externamos nosso repúdio às postagens publicadas por Patrícia Lélis e informamos que vamos aplicar ao caso as normas estatutárias cabíveis, de forma a deixar claro que o PT jamais compactuará com narrativas de ódio e preconceito como é a transfobia”, disse o partido em nota publicada em 2021.

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