O governo de Joe Biden deve anunciar um plano para que 45% da energia dos Estados Unidos seja solar em 2050, como parte da ambiciosa agenda da Casa Branca para combater as mudanças climáticas.
A meta foi revelada pelo jornal “New York Times”, que cita um novo relatório divulgado pelo Departamento de Energia nesta quarta-feira. Atualmente, menos de 4% da energia dos EUA vem de fonte solar.
O jornal americano destaca que o relatório é apenas um esboço geral dos planos da Casa Branca. Detalhes serão decididos pelo Congresso e incluídos nos dois principais projetos da agenda econômica de Biden — o pacote de infraestrutura de US$ 1 trilhão e a proposta de orçamento de US$ 3,5 trilhões.
“Uma das coisas que esperamos é que as pessoas vejam que, com este relatório, é viável descarbonizar a rede”, disse Becca Jones-Albertus, diretora do Escritório de Tecnologia de Energia Solar do Departamento de Energia, ao “NYT”. “A rede permanecerá confiável. Só precisamos construir.”
O relatório também afirma que a mudança gerará empregos, um dos argumentos mais repetidos por Biden ao defender sua agenda ambiental. Segundo o Departamento de Energia, os modelos analisados pelo órgão estimam que o setor de energia solar empregará entre 500 mil e 1,5 milhão de pessoas até 2035. No geral, a expectativa é que a transição para energia limpa gere cerca de 3 milhões de vagas no país.
Biden também defende que os EUA precisam agir rapidamente para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis por causa dos riscos envolvendo as mudanças climáticas. Milhares de pessoas e empresas ainda estão sem energia na Louisiana por causa da passagem do furacão Ida há 10 dias. Os ventos e as chuvas também prejudicaram a produção de petróleo no Golfo do México.
Além da nova meta de 45% de energia solar, Biden já havia anunciado que quer zerar as emissões líquidas de gases de efeito-estufa no setor de energia até 2035. Ele também propôs que metade de todos nos novos carros em 2030 sejam elétricos.
O “NYT” destaca ainda que, embora a energia renovável esteja crescendo rapidamente nos EUA, ela é responsável por apenas 20% da produção energética do país. O gás natural e o carvão respondem por cerca de 60%.