Preso há um mês sob a acusação de ser um dos mentores do assassinato da vereadora Marielle Franco, o deputado Chiquinho Brazão participou da sessão do Conselho de Ética da Câmara nesta quarta-feira (24). O colegiado analisa um processo de quebra de decoro parlamentar, que pode levar à sua cassação. No início do mês, o plenário da Câmara o manteve preso após votação.
— Sei da seriedade do crime ocorrido, mas posso falar que sou inocente e provarei. Ao final de tudo isso, comigo provando a inocência, quero que todos se retratem perante a minha família. Todos estão sofrendo muito pela pressão popular. As palavras de deputados têm um alcance enorme, mas entendo o que vocês estão passando, com muita pressão em cima — disse.
Uma lista tríplice foi sorteada para que seja escolhido um relator do caso. Os nomes são Jack Rocha (PT-ES), além dos deputados baianos, Joseildo Ramos (PT) e Jorge Solla (PT). Cabe agora a outro baiano, o presidente do Conselho de Ética, Leur Lomanto Jr (União-BA), a escolha.
Chiquinho e seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, foram presos no dia 24 de março. Ao determinar a prisão, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que eles fossem conduzidos a uma unidade federal. Além dos irmãos, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa também foi preso.
Barbosa está preso em Brasília. Já Chiquinho está em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e Domingos em Porto Velho, em Rondônia, para evitar que mantenham contato.