O líder do União Brasil, Elmar Nascimento foi nesta última quarta-feira (11) ao Palácio do Planalto para dizer ao presidente Lula da Silva (PL) que segue na disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara dos Deputados. Além de deixar claro que não abandonou a intenção, Elmar explicou qual será sua estratégia. O parlamentar disse que quer criar um blocão de apoio a ele e ao líder do PSD, Antônio Brito (PSD), do qual só não fará parte o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Na visão de auxiliares palacianos, o líder do União Brasil quis deixar claro a Lula seu potencial de votos para chegar à presidência da Câmara. Nascimento teria afirmado que até conseguiria atrair integrantes do PP, mesmo com a sinalização de Lira a favor de Hugo Motta (Republicanos-PB).
A Lula, Nascimento falou que mais à frente, perto da eleição de fevereiro, se escolheria entre o nome dele ou de Brito. Ou seja, quem tiver mais viabilidade junto aos parlamentares.
Elmar foi a Lula após as cúpulas do União Brasil e do PSD se reuniram nessa segunda-feira em um jantar em Brasília para selar uma aliança entre as candidaturas dos dois partidos às presidências da Câmara e do Senado. A intenção é neutralizar a candidatura de Motta .
Na conversa, Lula voltou a dizer a Nascimento que não tem objeção a ele e a nenhum outro nome na disputa. Lula falou que não irá interferir no processo e que é legítimo Nascimento se posicionar. O Palácio do Planalto, no entanto, prefere o líder do Republicanos a Elmar Nascimento, visto com fiel escudeiro de Lira. Articuladores de Lula começaram a atuar para que Motta tenha adesão de partidos da base do governo.
De acordo com relatos, o encontro entre Lula e Elmar Nascimento foi em tom cortês e acompanhado do ministro do Turismo, Celso Sabino e das Comunicações, Juscelino Filho, ambos do União Brasil.
O Planalto avalia que Elmar Nascimento está irritado com Lira, pela tendência do presidente da Câmara apoiar o candidato do Republicanos, e que irá contra qualquer candidato que o alagoano apoiar.
Na percepção de articuladores de Lula, Nascimento está tentando se desvencilhar do nome de Lira e com a intenção de construir uma relação mais próxima ao governo a partir de agora. Esse auxiliares lembram que Nascimento já tem votado com o governo há algum tempo.
Um gesto claro de Nascimento em direção ao governo foi feito na terça-feira, quando o líder do União Brasil se colocou à disposição do Planalto para trocar os nomes da legenda na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para derrubar o projeto de lei de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
O deputado também tem feito questão de demonstrar ao máximo que não existe racha na bancada do União Brasil, formada por 59 parlamentares, e que está disposto a votar com o governo. O Planalto calcula que pelo menos 20 deputados da legenda sempre votaram contra o governo. Na próxima semana, Lula deve receber Antônio Brito para a mesma conversa.
Na terça-feira, Padilha já havia recebido, no Palácio do Planalto, Elmar Nascimento e os ministros do Turismo, Celso Sabino e das Comunicações, Juscelino Filho, para a conversa que antecedeu o encontro com Lula.