Com 97% da colheita concluída, a Bahia entra na reta final da atual safra de algodão 2018/2019. A perspectiva se mantém otimista no segundo maior produtor do Brasil. A última projeção garante a colheita recorde de 1,5 milhão de toneladas (caroço e pluma), superando em 300 mil toneladas a última safra de algodão. O vazio sanitário, que se iniciou na sexta-feira (20) foi prorrogado por mais dez dias. Diante do pleito dos produtores, por meio da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) emitiu no dia 12 de setembro a portaria Nº 206 com o novo período do vazio sanitário, que terá início no dia 30 de setembro. A prorrogação aconteceu por conta do ciclo prolongado que sofreu interferência das chuvas que caíram no final de abril.
Apesar de uma leve queda da produtividade, provocada por uma estiagem em janeiro, os agricultores ainda avaliam como positiva a produtividade de 302 arrobas de pluma/hectare, ao invés das 315 arrobas da safra passada. A manutenção do incremento de de 15% da safra de algodão em relação ao ano passado está baseado no incremento de 25,5% de área cultivada, principalmente na região Oeste da Bahia, alcançando os 331.028 mil hectares. Recém chegado de uma missão internacional para divulgar a qualidade do algodão brasileiro na Ásia, o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, acredita no ciclo de investimento na cultura por parte dos produtores da região.
“Por conta da briga comercial entre a China e os Estados Unidos, houve uma queda acentuada de 30% no valor do preço da pluma. Essa mesma disputa pode aumentar o comércio internacional com os países asiáticos, que compram 85% da pluma brasileira, e que podem pagar mais pela nossa qualidade e pela confiabilidade no processo de classificação e análise. Apesar da baixa dos preços do algodão, os produtores baianos não querem perder o espaço que já conquistaram ao longo dos anos”, afirma Busato.
Para atingir bons níveis de produtividade, os produtores deverão respeitar o período do vazio sanitário, que ocorrerá entre os dias 30 de setembro a 30 de novembro, com a destruição prévia das soqueiras e tigueras. “Além do respeito à portaria emitida pela ADAB, esta janela de dois meses prevê a eliminação de qualquer tipo de resto culturais de algodão no solo, sendo fundamental para garantir uma redução dos níveis de bicudo do algodoeiro que atacam a qualidade da pluma e a rentabilidade do produtor”, afirma. Atualmente, cerca de 40% do algodão baiano são exportados para países asiáticos, como China, Indonésia, Bangladesh e Vietnã e 60% são comercializados junto à indústrias têxtis no Brasil.