O avião com os restos mortais encontrados nas buscas pelo jornalista inglês Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira chegou a Brasília por volta das 18h40 desta quinta-feira (16). Os corpos foram transportados de Atalaia do Norte (AM) para o Instituto de Criminalística da Polícia Federal, na capital, onde vão passar por perícia.
Amarildo dos Santos, um dos pescadores detidos, confessou ter matado Dom e Bruno, esquartejado os corpos e ateado fogo neles. O homem ainda indicou onde estariam os restos mortais. Policiais foram ao local e encontraram os remanescentes humanos, que serão analisados para confirmar a identidade das vítimas. O resultado dos exames deve ficar pronto na próxima semana.
A Polícia Federal reúne uma força-tarefa de peritos na capital para concluir as perícias. Elas ainda devem dar indícios de como o crime ocorreu, quais foram as circunstâncias das mortes e quais armas foram usadas. Um dos suspeitos afirmou, em depoimento à PF, que as vítimas foram atingidas com armas de fogo e que facas também foram usadas nos homicídios.
Segundo o chefe da Polícia Federal, Eduardo Fontes, o suspeito informou que o barco em que viajavam o jornalista e o indigenista tinha sido afundado e que o local onde os corpos foram enterrados era de difícil acesso, a mais de 3 km da margem do rio Itaquaí. “Demoramos a conseguir chegar ao local. Não há contato telefônico na área. Lá foram encontrados remanescentes humanos, e as escavações ainda estão sendo realizadas”, disse.
Outro pescador, Osoney da Costa, que é irmão de Amarildo, também está preso, embora não tenha confessado participação no crime. Os dois foram vistos por testemunhas perseguindo a lancha dos profissionais. Uma terceira pessoa, citada por Amarildo, também está sendo investigada.
“Agora vamos descobrir as causas das mortes e dos crimes. Ainda estamos na parte investigativa e realizando diligências, e novas prisões devem ocorrer. Todas as forças de segurança estão unidas e trabalhando de forma ininterrupta. O objetivo é reunir todas as provas de forma segura”, acrescentou o superintendente da PF.