Ativista Paula Coradi é eleita presidente do Psol

O Psol elegeu neste último domingo (1º), em seu Congresso Nacional, a historiadora Paula Coradi como sua nova presidente – uma vitória para o grupo do deputado federal Guilherme Boulos (SP), que apoia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defende alianças amplas nas próximas eleições.

Ficou derrotado o grupo das deputadas Sâmia Bomfim (SP) e Fernanda Melchionna (RS), que defendem a independência da legenda em relação a Lula. O placar foi de 300 votos contra 147.

Durante o evento, houve briga entre militantes de alas opostas do Psol, que chegaram a trocar socos após um desentendimento sobre o revolucionário russo Leon Trótski, assassinado em 1940. Outro reflexo da intensidade da rixa interna foi uma batalha de gritos de guerra.

A chapa eleita é considerada menos radical que a derrotada. O grupo vencedor avalia que a esquerda ainda está na defensiva e que o vínculo com Lula e o PT é fundamental para evitar o retorno do bolsonarismo em 2026.

Além disso, o apoio petista é considerado essencial para que as candidaturas do Psol sejam bem-sucedidas nas eleições municipais do próximo ano, como a do próprio Boulos à Prefeitura de São Paulo e a reeleição de Edmilson Rodrigues na Prefeitura de Belém. Também há apostas em Niterói (RJ), com a deputada Talíria Petrone, e no Rio de Janeiro, com o deputado Tarcísio Motta.

O grupo majoritário do Psol afirma que é preciso superar a fase de “partido parlamentar” e buscar a unidade das “forças de esquerda e centro-esquerda nos primeiros turnos das eleições”.

A tese que saiu vencedora, intitulada “Por um Psol popular”, também foi assinada pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e pelos deputados Ivan Valente (SP), Erika Hilton (SP), Pastor Henrique Vieira (RJ), Chico Alencar (RJ) e Célia Xakriabá (MG), entre outros.

A nova presidente é educadora e ativista política, secretária nacional de Organização do partido e membro da Executiva do Psol em São Paulo. Sem mandato parlamentar, comandará o Psol até 2026 no lugar de Juliano Medeiros, que ficou seis anos no cargo.

“Espero que o Psol continue sendo grande referência para movimentos sociais, indígenas, antirracistas, feministas, e que pense em uma luta ambiental que leve em conta não só a preservação crua da natureza, mas as pessoas que vivem nesses territórios”, disse Paula Coradi, depois da votação.