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O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista ao Jornal Nacional - Foto: Reprodução
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sexta-feira 26 de agosto de 2022 às 13:27h

As respostas de Lula e Bolsonaro no Jornal Nacional sobre quatro temas

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Durante entrevistas concedidas ao Jornal Nacional nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL), na segunda-feira, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na quinta-feira, foram questionados sobre temas semelhantes, como a relação com o Centrão e as políticas elaboradas para o meio ambiente em um eventual governo.

Saiba como os presidenciáveis se posicionaram sobre quatro temas em entrevista ao Jornal Nacional.

Corrupção

Ao ser questionado sobre escândalos de corrupção envolvendo políticos do PT e dirigentes da Petrobras, o Petrolão, o ex-presidente Lula afirmou que “a corrupção só aparece quando permitem que ela seja investigada” e que, durante a sua gestão, “se cometesse erro, seria investigado”. O petista ainda criticou a atuação da Lava Jato por ter “enveredado por um caminho político delicado”.

— Não há hipótese (de termos casos de corrupção que não foram investigados). Eu quero voltar à Presidência, e qualquer hipótese de alguém cometer crime, por maior ou menor que seja, essa pessoa será julgada, será investigada e será punida ou absolvida. É assim que se combate a corrupção no país — afirma.

Já durante entrevista nesta segunda-feira, o presidente Bolsonaro voltou a reforçar que a atual gestão é um “governo sem corrupção”.

— Eu indiquei ministros pelo critério técnico, eu não aceitei pressões de lugar nenhum para escalar ministros. Essas pessoas que deram o impulsionamento e que agora estamos governando sem corrupção e não tem indicação política para esses cargos — argumenta.

Centrão

O presidente Jair Bolsonaro (PL) — que se elegeu com tom de críticas ao Centrão, mas se aliou ao grupo político em busca de apoio no Congresso — reforçou que os partidos que integram esse grupo fazem parte da base do governo para que possam “avançar em reformas importantes, como temos avançado”.

— Através do Centrão, conseguimos auxílio de R$ 600 para 20 milhões de famílias. Os partidos de esquerda votaram contra o parcelamento dos precatórios, que era condição para a gente dar, lá atrás, R$ 400 de auxílio aos mais necessitados — afirmou.

O ex-presidente Lula foi na mesma linha, de buscar alianças para conseguir dialogar com o Congresso Nacional que, segundo ele, é fundamental em um regime democrático.

— Quem ganhar as eleições vai ter que conversar com o Congresso Nacional. Não com o Centrão, porque não é um partido político, mas conversar com os partidos separados — destaca.

Economia

O ex-presidente Lula voltou a falar que, durante os oito anos em que esteve no poder, conseguiu reduzir a inflação de 10,5% para 4,5% e reduziu a dívida pública de 60,4% para 39% do PIB, e acredita que vai conseguir reduzir os índices novamente em um eventual novo governo.

— As três palavras para governar o país são: credibilidade, previsibilidade e estabilidade. Tem que garantir que as pessoas acreditam no que você fala, tem que garantir que ninguém pode ser pego de surpresa dormindo com mudança de governo e que, quando você esteja cumprindo com a sua tarefa (de governante), que os empresários nacionais e estrangeiros tenham estabilidade para fazer investimento aqui dentro — destacou.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que enfrentou graves adversidades na economia durante sua gestão, como a escassez em safras importantes em função das secas e os desdobramentos da guerra na Ucrânia, que elevou o preço dos barris de petróleo, voltou-se para outros segmentos da economia em seu discurso. Ele destacou que os números de inflação e de desemprego do Brasil são “fantásticos”, em comparação com o resto do mundo, e que pretende continuar com a agenda de “vacinas a favor da economia” que começou a tocar em 2019:

— Vamos continuar a política que viemos fazendo desde 2019, e a vacina a favor da economia em 2019, como a Reforma da Previdência, a lei da liberdade econômica, as normas regulamentadoras, milhares de normas deixamos de lado.

Ele ainda destacou o respaldo social do Auxílio Brasil e digitalização do Brasil que, segundo ele, é o sétimo país mais digital do mundo.

Meio ambiente

Questionado sobre a postura diante do aumento das queimadas na Amazônia, que registram o maior número em 15 anos, Bolsonaro comparou o caso brasileiro com queimadas esporádicas vividas na França e na Califórnia (EUA) e que, no Brasil, “infelizmente não é diferente”. Ele reconheceu que parte é criminosa, mas outra parte é “ribeirinho que toca fogo ali”. Ao falar da demora em assinar o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, questionou a forma como o país é olhado:

— O acordo Mercosul-União Europeia está travado. Com os problemas agora da guerra na Ucrânia, a União Europeia quer acelerar o acordo conosco (o Mercosul). A Alemanha está utilizando combustíveis fósseis. Por que (reclamar conosco) se é um dos países que mais fala que devemos procurar energia limpa?

Lula, por outro lado, argumentou que não há incoerência em acenar ao agronégocio e ao meio ambiente, já que empresários que identifica como “sérios” não querem desmatar, e sim preservar “nossos rios e nossa fauna”.

— O atual presidente tinha um ministro que dizia que era para invadir com boiada para desmatar a amazônia. Não precisamos plantar milho, soja ou cana na amazônia. O que nós precisamos é explorar corretamente, cientificamente a biodiversidade da amazônia pra retirar produtos para a indústria de fármacos e para a indústria de cosméticos e gerar emprego para essas pessoas — afirma.

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