As celebrações do Dia da Independência terão dois focos neste sábado (7), um em São Paulo e outro em Brasília. Na capital paulista, Jair Bolsonaro (PL) e opositores irão capitanear um protesto na Avenida Paulista. Já na capital federal, Lula (PT) e membros dos outros poderes participam do desfile oficial do 7 de Setembro.
Embora a efeméride sirva para Lula e Bolsonaro medirem forças, para o governo a data chega em momento complicado. Nessa sexta-feira (6), o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido após ser acusado de assédio sexual. Entre as vítimas, estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O caso foi revelado pelo Metrópoles.
A situação, entretanto, não muda o roteiro do tradicional cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O local já está preparado com tendas, arquibancadas e telões para dar palco ao evento que mobiliza mais de 8 mil pessoas, incluindo militares, estudantes e atletas.
O desfile, neste ano, abordará temas como a campanha de vacinação e a recuperação do Rio Grande do Sul após a tragédia climática. Além disso, contará com pontos altos, como apresentação da Esquadrilha da Fumaça.
Na Avenida Paulista, o cenário será outro durante a tarde. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e nomes da oposição convocaram manifestantes para um ato a favor da “liberdade” e contrários ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “De nada vale comemorarmos independência se nós não temos liberdade”, afirmou Bolsonaro em vídeo de convocação.
Desde o ano passado, o governo Lula tem tentado retomar o caráter patriótico e abandonar o uso político do 7 de Setembro. Durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), a data se tornou palco de manifestações com ataques a opositores e falas antidemocráticas.
Em 2021, por exemplo, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “canalha” e ainda afirmou que nunca seria preso. “Temos um ministro dentro do Supremo que ousa continuar fazendo aquilo que nós não admitimos”, disse em evento em São Paulo.
As celebrações do Bicentenário da Independência, em 2022, ainda renderam à chapa do presidente uma condenação por uso eleitoral das comemorações. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou que o tradicional desfile do Rio de Janeiro foi adaptado para atender os interesses da campanha do então candidato à reeleição.