sexta-feira 22 de novembro de 2024
Deputado Cláudio Cajado (PP-BA), relator do projeto do novo arcabouço fiscal na Câmara — Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Home / DESTAQUE / Arcabouço: Despesa condicionada é impasse, mas líderes esperam votação na quarta-feira
terça-feira 22 de agosto de 2023 às 05:39h

Arcabouço: Despesa condicionada é impasse, mas líderes esperam votação na quarta-feira

DESTAQUE, NOTÍCIAS, POLÍTICA


A reunião desta última segunda-feira (21) entre a Câmara e o Ministério da Fazenda sobre o arcabouço fiscal terminou sem acordo sobre a permissão, incluída no texto pelo Senado, para o governo prever despesas condicionadas no Orçamento de 2024. Mesmo assim, a expectativa de líderes partidários e do relator, Claudio Cajado (PP-BA), é que o projeto seja votado no plenário até quarta-feira (23)

“A discussão foi feita de forma técnica. E eu acredito que amanhã (terça-feira), com os líderes, a posição possa ser política, se mantém ou se não mantém (a despesa condicionada)”, afirmou Cajado, ao sair da residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), onde se reuniu com lideranças da Casa e o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan.

“A Fazenda e o Planejamento insistem na despesa condicionada, argumentando que dará mais tranquilidade e previsibilidade”, emendou Cajado. A emenda aprovada no Senado garante uma folga em torno de R$ 30 bilhões para o governo ao autorizar a previsão de despesas condicionadas no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, que precisa ser enviado ao Congresso até o fim de agosto.

“Para o governo é mais confortável que nós possamos votar até o dia 31 o regime fiscal prevendo essa despesa condicionada, fazendo com que o governo encaminhe a proposta (de Orçamento) já sem cortes”, disse Cajado. De acordo com ele, as dúvidas técnicas sobre a despesa condicionada foram sanadas hoje, mas ainda será preciso tomar uma decisão política sobre a emenda.

O encontro na casa de Lira ocorreu uma semana após o mal-estar causado pela declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o “poder da Câmara”. A fala do chefe da equipe econômica foi entendida como uma crítica aos deputados, o que atrasou a votação da nova regra para controle das contas públicas.

Haddad não participou da reunião de hoje porque viajou para Joanesburgo (África do Sul) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para participar da 15ª Cúpula dos Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. De acordo com o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), contudo, “está tudo sob controle do ponto de vista político”, mesmo após o ruído entre Haddad e Lira.

“Ficou acertado para que possamos fazer uma nova reunião amanhã às 11h. Porém, o presidente Arthur já deixou claro, inclusive, em função do pedido dos líderes, que devemos votar ou amanhã ou quarta-feira o marco fiscal, já com todos os ajustes promovidos”, afirmou Cajado.

Além de aprovar a autorização para a despesa condicionada, o Senado também deixou de fora dos limites fiscais despesas com ciência e tecnologia, o Fundeb e o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). De acordo com Cajado, a reunião de hoje não tratou desses pontos. A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), que atua para manter o fundo do DF fora do arcabouço, participou do encontro.

O arcabouço fiscal foi enviado pela Fazenda ao Congresso em abril, e aprovado pela Câmara em maio. Os senadores votaram o texto em junho, mas com alterações, o que fez o projeto voltar para nova análise dos deputados. A proposta substitui o atual teto de gastos, com regras mais flexíveis para as despesas do governo. Pelo projeto, os gastos só poderão crescer em até 70% do aumento da receita, dentro do intervalo de 0,6% a 2,5% acima da inflação. Ou seja, as despesas sempre crescerão menos que as receitas, para evitar um descontrole das contas públicas.

Veja também

Bolsonaro pode ser preso após indiciamento? Entenda os próximos passos do processo

Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21) pelos crimes de abolição …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!